Listagem de Questões sobre Geral
A percepção dos problemas dos mundos do trabalho é um dos elementos básicos para a compreensão do tempo presente. Sabe-se que, sobretudo a partir dos anos 1980, processaram-se transformações fundamentais que levaram alguns autores a considerar a emergência de um "modelo flexível" de acumulação capitalista. No que tange aos processos e mercados de trabalho, a chamada flexibilização tem envolvido:
terceirização de atividades e fortalecimento da autonomia dos trabalhadores, cada vez mais protegidos em função da expansão dos direitos trabalhistas.
multiplicação dos tipos de regime e contratos de trabalho, incluindo contratos de curto prazo ou temporários, trabalho em tempo parcial e subcontratação, geralmente resultando no enfraquecimento da capacidade de organização dos trabalhadores.
exigência de um trabalhador com perfil profissional altamente especializado, capaz de realizar de forma adequada poucas tarefas de caráter fragmentado e repetitivo, compensado por altos salários e grande número de benefícios sociais.
a valorização do trabalho de mulheres, afrodescendentes e membros das chamadas minorias étnicas como mão-de-obra privilegiada.
No que tange às relações senhor-escravo na América portuguesa, o historiador Eduardo Silva observou: "A longa experiência colonial, no tocante às formas básicas de relacionamento, tem sido sintetizada através de uma dicotomia que permanece extremamente forte em nossa mentalidade coletiva. De um lado, Zumbi de Palmares, a ira sagrada, o treme-terra; de outro, Pai João, a submissão conformada. (...) Na verdade, escravos e senhores manipulam e transigem no sentido de obter a colaboração um do outro; buscam ⎯ cada qual com os seus objetivos, recursos e estratégias ⎯ os 'modos de passar a vida', como notou Antonil." Os estudos que nos últimos anos têm se afinado com as considerações feitas por Eduardo Silva procuram:
criticar os defensores da visão de um escravo-sujeito, uma vez que a crueldade e a violência da escravidão tornariam impossível ao escravo qualquer instância de autonomia, mesmo que mínima.
destacar a pouca importância de fugas e revoltas de escravos, em geral esporádicas, de curta duração e, ao longo do século XIX, mais concentradas na região amazônica.
fugir à caracterização do escravo-coisa, do escravo-vítima, percebendo-o como sujeito que consegue sobreviver operando nas brechas do sistema de dominação, muitas vezes negociando, com o próprio senhor, melhores condições de vida.
reabilitar a escravidão no Brasil colonial e imperial, pois ela não teria sido tão perversa como se supunha, já que permitia aos escravos exercerem praticamente os mesmos direitos dos homens livres.
"Uma das maiores preocupações da História Social tem sido interpretar a participação dos grupos subalternos nas grandes convulsões sociais, aqueles momentos de violência politicamente direcionada dos quais as sociedades mais cedo ou mais tarde dificilmente escapam". (Carvalho, 2003) Sobre convulsões sociais no Brasil, podemos afirmar que:
No conjunto das revoluções, são consideradas as mais significativas de todas, a Guerra do Contestado e a de Canudos, por terem tido como comandantes da massa envolvida, líderes curandeiros e beatos.
Atualmente essas revoluções são inconcebíveis, pois o Brasil tornou-se um Estado democrático, onde todos possuem os mesmos direitos e representações e recebem os mesmos privilégios nos diferentes espaços sociais.
Diversas insurreições ocorreram em locais e momentos distintos no país, onde pode-se verificar constantemente a presença de participantes das camadas sociais subalternas envolvidos nos movimentos.
Nas revoltas ocorridas no Brasil colonial e Republicano o povo que delas participava, servia apenas como massa de manobra da elite brasileira.
Michelle Perrot, em Os Excluídos da História, ao analisar o movimento ludita (luddismo) na França, do século XIX, conclui que as mulheres trabalhadoras
se insurgiram por si mesmas contra a máquina destruidora de um modo de produção doméstico a que estavam particularmente apegadas.
foram cúmplices dos patrões na adoção da maquinaria de alto padrão, pois elas viam nesta medida a diminuição de suas tarefas mais árduas.
tornaram-se aliadas dos patrões ao impedirem que os operários destruíssem as máquinas modernas, que ofereciam a elas oportunidades de ascensão profissional.
criticavam esse movimento porque, ao quebrarem e queimarem as máquinas, os trabalhadores provocavam aumento do desemprego.
se revoltaram contra seus maridos, pois estes destruíam as máquinas e, dessa forma, minavam as possibilidades de estabilidade no emprego.
Uma obra de arte contém elementos significativos no mundo da cultura e pode transformar-se em expressão de fenômenos sociais e políticos. Muitos artistas revelam seu ponto de vista ou de grupos sociais por meio da arte. Considerando as especificidades do contexto histórico na qual a obra foi produzida, depreende-se o engajamento do autor com
as forças militares dos Estados Unidos da América visando conter o avanço das idéias comunistas que ameaçava a República mexicana.
as organizações neo-liberais, que pretendiam promover, mesmo por meio da luta armada, a abertura da economia mexicana.
o Partido Liberal Mexicano, que pretendia realizar uma reforma agrária no país com o apoio financeiro dos grandes industriais.
os movimentos revolucionários europeus, uma vez que as organizações sociais e políticas no México eram sempre de direita.
o nacionalismo revolucionário mexicano, que mesclava heranças culturais indígenas e influências dos ideais comunistas.
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