Listagem de Questões sobre Geral
Em seu último escrito, Teses sobre o conceito de história (1940), Walter Benjamin propõe um método de análise da história, que, ao contrário do marxismo ortodoxo, não visa estabelecer, por meio da estrutura, as leis que dominam a história, mas antes a percorrer os seus desvios, a interrogar o que, sendo superestrutural, é também marginal, para ver nesses restos desfeitos a força explosiva que pode fazer que a história dê o salto da revolução, aquele salto que a livra dos vínculos de um continuum que tudo nivela, porque progride sem nunca poder salvar. Nessa perspectiva, ele afirma: “Marx diz que as revoluções são locomotivas da história. Talvez seja exatamente o contrário. Talvez as revoluções sejam o cabo do freio de emergência da humanidade que viaja nesse trem”.
Na concepção de W. Benjamin, o que é fragmentário não tem importância na leitura da história, pois o que importa é a visão do todo.
Na visão de W. Benjamin, é preciso ver o todo no fragmento. O todo no contínuo é uma visão distorcida produzida pelos vencedores.
O que é essencial na leitura da história de Walter Benjamin é a continuidade do processo histórico, o progresso que se dá em nível de estruturas fundamentais da realidade social.
Walter Benjamin considera que o que move a história são as revoluções.
Para Walter Benjamin, é importante narrar a história a partir dos vencedores, e não dos vencidos.
Em 1947, é publicado um livro fundamental da Escola de Frankfurt, ligada ao Instituto de Pesquisa Social: Dialética do iluminismo, de Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969). Essa obra consiste justamente nessa contradição: que a ciência e a técnica, nascidas como instrumento da emancipação do homem, tenham se tornado fatores de opressão e alienação. Para Adorno, se a ideia da ciência é a pesquisa, a da filosofia é a interpretação.
Adorno e Horkheimer não partilham de uma concepção messiânica da história.
Por ser interpretação, a filosofia é desprovida de método.
Para os autores, a interpretação da realidade histórica deve privilegiar o que é contínuo, estrutural, forte, aquilo que é triunfante e racional; outro tipo de interpretação forja uma imagem distorcida da realidade histórica.
Para Adorno e Horkheimer, filosofia é construção de um conhecimento científico que abrange a totalidade da realidade histórica de maneira objetiva.
A concepção da história, em Adorno e Horkheimer, privilegia a negatividade, isto é, o que é fraco, sofrido e considerado como louco como elementos decisivos em que se pode insinuar algo como uma redenção.
A violência do princípio “saber é poder” (Francis Bacon), ou seja, a imposição da “técnica social”, da razão funcional, instrumental, tecnológica, com o seu afã de disponibilizar tudo, homens e coisas, perpassa totalmente a sociedade de nosso tempo, nas análises de Herbert Marcuse (1898-1979). A sociedade se torna um sistema funcional autoconstituído. É uma nova forma de “ditadura” ou “totalitarismo”. Agora, o totalitarismo já não provém deste ou daquele partido ou Estado, não tem cor, é anônimo. Mesmo a democracia é apenas uma aparência. Aparentemente, trata-se da “soberania do povo”, mas, em verdade, o que está em questão é a regência dos mecanismos estabelecidos pelo sistema. A dominação se tornou racional e a racionalidade, dominadora. Ninguém mais governa e todos são dominados. Dessa situação histórica surge o Homem unidimensional, título de um livro de Marcuse, de 1964. Assim, o mundo fica chato, isto é, plano (e monótono). A dominação ocorre não só por meio da tecnologia, mas como tecnologia. Paradoxalmente, a sociedade racional enterra, de vez, a ideia da razão.
Marcuse vê no triunfo da razão instrumental e no surgimento do homem unidimensional a forma mais extrema de totalitarismo, que suprime a liberdade e o prazer da vida dos homens.
Marcuse considera o triunfo da razão instrumental como uma conquista da humanidade moderna, ou seja, como um processo que traz aos homens a plena satisfação de seus desejos, pois possibilita a eles participarem da fruição dos bens de consumo produzidos na civilização tecnológica.
Segundo Marcuse, a civilização tecnológica é a civilização da liberdade.
Na concepção de Marcuse, a forma de totalitarismo mais ameaçadora é a do Estado.
Para Marcuse, a democracia é uma das conquistas fundamentais dos Estados modernos.
De acordo com Hegel, a arte é uma manifestação do espírito (geist). Em uma obra de arte, o belo manifesta o espírito sensivelmente, sendo produto do espírito. O espírito é superior à natureza, logo o belo natural é inferior ao belo artístico. Com base na teoria estética hegeliana, é correto afirmar que
a arte manifesta o espírito do belo natural sensivelmente.
a arte é uma das vias pelas quais o homem se integra à natureza.
a arte é uma das vias pelas quais a natureza se eleva ao nível do espírito.
a arte é uma das vias pelas quais o homem se separa da natureza.
a arte manifesta o espírito imitando sensivelmente a natureza.
Adorno e Horkheimer publicam, em 1947, A dialética do esclarecimento, uma das obras fundamentais da teoria crítica. Nessa obra, eles apresentaram a expressão indústria cultural, que atualmente é amplamente empregada em diversas áreas dos estudos culturais. A partir dessas informações, e considerando a referida obra, assinale a opção correta.
A indústria cultural representa a luta contra a sociedade pósmoderna, na qual a crescente burocracia e a produção da cultura de massa infantilizam e adormecem o povo.
A indústria cultural distribui, por meio de novos meios técnicos, elementos da cultura tradicional, mobilizando criticamente os indivíduos, visto que apresenta o caráter libertador do capitalismo.
A expressão indústria cultural designa o surgimento de uma cultura estandardizada, marcada pela emoção superficial, condicionada e comercializada segundo o modo dos bens de consumo.
A indústria cultural é um fator relevante de luta contra a opressão e o capitalismo, por meio de mídias impressas e visuais que orientam os indivíduos criticamente.
A expressão indústria cultural representa o surgimento de um segmento cultural crítico e libertador, oriundo do desenvolvimento das mídias, do cinema, da imprensa e da publicidade nos Estados Unidos da América.
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