Listagem de Questões sobre Geral
Considerando a dialética platônica, assinale a opção correta.
A dialética, na concepção de Platão, é a lógica da aparência, ou seja, a arte dos raciocínios ilusórios; nesse sentido, a dialética identifica-se com o sofisma.
A dialética, na concepção de Platão, é meramente um instrumental de argumentação que se destaca pelo excessivo emprego de sutilezas, de distinções engenhosas e inúteis.
A dialética, em Platão, é a arte de discutir por perguntas e respostas, de dividir as coisas em gêneros e espécies, é remontar de conceitos em conceitos, de proposições em proposições, até os conceitos mais universais e os primeiros princípios, que não são meras ficções do espírito, mas têm uma consistência no ser.
A dialética platônica não está relacionada à ironia nem à maiêutica socrática.
A dialética, segundo Platão, é a aplicação científica da conformidade às leis, inerentes à natureza do pensamento; é a verdadeira natureza própria das determinações do entendimento, das coisas e, de uma maneira geral, do finito.
Em O que é isto: a filosofia, Heidegger declara: “A palavra philosophia diz-nos que a filosofia é algo que, pela primeira vez e antes de tudo, vinca a existência do mundo grego (...): A filosofia é, nas origens de sua essência, de tal natureza que ela primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver”. Esse assenhoreamento ocorreu pelo despertar do espanto ou da admiração (thaumadzo) com o ser: “precisamente isto, que o ente permaneça recolhido no ser, que no fenômeno do ser se manifesta o ente; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no espanto. Ente no ser: isto se tornou para os gregos o mais espantoso”. O thaumadzo é atestado como princípio (arkhé) da filosofia por Platão e Aristóteles. Primeiramente, Platão (no Teeteto 155d) afirma: “É verdadeiramente de um filósofo esse pathos — o espanto (thaumadzein); pois não há outra origem imperante (arkhé) da filosofia do que este”. E Aristóteles (na Metafísica A 2, 982b 12ss) confirma o dito de Platão: “Pelo espanto, os homens chegaram agora e chegaram antigamente à origem imperante do filosofar”.
Os primeiros filósofos podem ser considerados como primitivos cientistas da natureza, cujo thaumadzo decorria da precariedade de sua ciência.
Para os gregos, o espanto filosófico ocorria em relação ao mistério do ser, que abrangia e recolhia a totalidade do ente.
A filosofia é atemporal e, dessa forma, estranha à historicidade do ser humano.
O pathos que está no princípio da filosofia grega é a dúvida.
Para Platão e Aristóteles, o thaumadzo é apenas o início da filosofia, ou seja, ele deixa de valer em estágios mais avançados do filosofar.
A justiça é um dos temas fundamentais da investigação política de Aristóteles. No capítulo 12 do livro III da Política (1282 b 14-22), ele afirma: “Uma vez que, em todas as ciências e em todas as artes, o fim é um bem, mas o bem maior e no sentido mais pleno é aquele que serve de fim na arte ou ciência é que é a mais soberana de todas, e essa é a capacidade política, mas o bem político é o justo (to dikaion), essa é, portanto, a vantagem comum que nos interessa”. Para Aristóteles, a justiça é a ordem da comunidade política. Aristóteles, nesse contexto político, vê a justiça como “justiça distributiva”, aquela que vigora na relação do todo (polis) com as partes (cidadãos), tem por princípio permitir e promover a participação dos cidadãos na promoção do bem comum da polis ou de forma absolutamente igual ou de forma proporcionalmente igual. A justiça vigora mais propriamente ali onde os homens são livres e iguais e, entre eles, subsistem relacionamentos regulados pela lei. Faz parte dessa liberdade os cidadãos poderem participar de maneira alternada do governo e das funções públicas, governando não em favor de si mesmos, mas em favor dos governados. A justiça na polis, portanto, culmina em uma convivência pacífica, baseada na philia (amizade em sentido amplo, solidariedade).
Para Aristóteles, justiça é o resultado de um acordo entre os homens, que estabelece o meio-termo entre fazer injustiça sem ser penalizado e sofrer injustiça sem poder se defender ou vingar.
Na concepção de Aristóteles, a política não possui relação com felicidade nem com amizade, mas unicamente com a justiça.
A justiça é o bem comum em devir, como constante exigência histórica de uma convivência social ordenada segundo os valores da liberdade e da igualdade.
O governo mais justo é aquele em que os governantes visam ao seu bem em primeiro lugar, e não ao bem dos governados.
Do ponto de vista político, Aristóteles considera a justiça eminentemente como justiça corretiva, isto é, como modo de se conseguir que um cidadão seja punido por um delito que ele tenha cometido.
Segundo Aristóteles, a analítica tem por objeto a demonstração, quer dizer, a dedução que parte de premissas verdadeiras; por sua vez, a dialética tem por objeto os raciocínios que se assentam sobre opiniões prováveis. Para esse filósofo, a dialética é uma arte intermediária entre a retórica e a analítica. De acordo com Aristóteles, a analítica coincide com o que foi chamado de lógica formal: o estudo dos conceitos, juízos e raciocínios, considerados nas formas em que são enunciados, abstraindo-se da matéria ou do conteúdo a que se aplicam. O raciocínio é a operação discursiva por meio da qual se conclui que uma ou várias proposições (premissas) implicam a verdade, a probabilidade ou a falsidade de outra proposição (conclusão). Nesse contexto de analítica do discurso demonstrativo, destaca-se o silogismo: todo raciocínio dedutivo rigoroso, que não supõe nenhuma proposição estranha subentendida.
A dialética tem o mesmo valor argumentativo no pensamento tanto de Aristóteles quanto de Platão.
A analítica aristotélica pressupõe os seguintes princípios: a identidade do representado na dimensão do conceito, a não contradição na dimensão do enunciado, a ordem de fundamento e a consequência na conexão entre os enunciados.
Toda linguagem e toda forma de discurso são objeto da analítica de Aristóteles.
A lógica formal leva em consideração o conteúdo do pensamento.
A lógica formal estuda, essencialmente do ponto de vista psicológico, os atos de conceituar, julgar e raciocinar, visto que tem como objeto os conceitos, juízos e raciocínios.
Segundo o texto, o fundamento da liberdade é a verdade, entendida como verdade do juízo, verdade da razão.
De acordo com o texto, hoje a filosofia deve passar da ditadura da razão para a ditadura do irracional.
O mito é um discurso narrativo irracional, alógico. A filosofia é a guardiã da racionalidade no âmbito da cultura, e, portanto, não deve nem se interessar pelo mito.
Segundo o texto, só há a verdade do juízo, a verdade da razão. O mito é irracional; logo, mito e não verdade coincidem. O mito tem algo de infantil, de primitivo, de bárbaro.
Na filosofia da existência, problematizam-se tanto a racionalidade quanto a irracionalidade. Nessa filosofia, descobre-se que o lugar da verdade é anterior ao discurso, à predicação, ao juízo, ou seja, que uma experiência de verdade existencial, a qual é fundamentalmente plural, antecede a verdade predicativa, lógica.
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