Questões Concurso Câmara de Araraquara - SP

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Listagem de Questões Concurso Câmara de Araraquara - SP

A Câmara Municipal de Araraquara está analisando a eficiência na alocação de recursos financeiros, através de progressões aritméticas. Durante o estudo, um especialista propõe a sequência numérica (–95, –79, –63, ..., y) cuja soma dos termos é igual a 2.425. Qual a soma dos algarismos de y?

O Departamento de Saneamento e Meio Ambiente da cidade de Araraquara está realizando uma análise sobre a quantidade de água armazenada em reservatórios subterrâneos. Um desses reservatórios tem formato cilíndrico, com altura de 50 cm e área da base igual a 2.000 cm². Inicialmente, o reservatório está cheio até a metade de sua capacidade. Durante a manutenção, são colocados objetos submersos no reservatório, fazendo com que o nível da água suba para 30 cm. Considerando esses dados, qual é o volume dos objetos colocados no reservatório? 

Um colecionador possui uma coleção rara composta por três tipos de moedas:

Moedas especiais tipo A: possuem duas faces iguais com a inscrição “Cara”.
Moedas comuns tipo B: possuem uma face com a inscrição “Cara” e outra com a inscrição “Coroa”.
Moedas especiais tipo C: possuem duas faces iguais com a inscrição “Coroa”.

No total, a coleção contém 80 moedas, das quais 10 são do tipo A, 20 do tipo B e as restantes são do tipo C. O colecionador, sem olhar, retira uma moeda da coleção e observa que a face visível apresenta “Coroa”. Com base nessas informações, qual a probabilidade de que a outra face da moeda também apresente “Coroa”?

Texto para responder à questão. Leia-o atentamente.


O homem que sabia javanês 



    Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo Castro, contava eu as partidas que havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver. 

    Houve mesmo, uma dada ocasião, quando estive em Manaus, em que fui obrigado a esconder a minha qualidade de bacharel, para mais confiança obter dos clientes, que afluíam ao meu escritório de feiticeiro e adivinho. Contava eu isso. 

    O meu amigo ouvia-me calado, embevecido, gostando daquele meu Gil Blas1, vivido, até que, em uma pausa da conversa, ao esgotarmos os copos, observou a esmo:

    – Tens levado uma vida bem engraçada, Castelo!

    – Só assim se pode viver... Isto de uma ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho aguentado lá, no consulado! 

    – Cansa-se; mas, não é disso que me admiro. O que me admira, é que tenhas corrido tantas aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.

    – Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que eu já fui professor de javanês! 

    – Quando? Aqui, depois que voltaste do consulado?

    – Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul por isso.

    – Conta lá como foi. Bebes mais cerveja? 

    – Bebo. Mandamos buscar mais outra garrafa, enchemos os copos, e continuei:

     – Eu tinha chegado havia pouco ao Rio e estava literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de pensão em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anuncio seguinte: 

    “Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas, etc.” Ora, disse cá comigo, está ali uma colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de bonde e sem encontros desagradáveis com os “cadáveres”. Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas, entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e subi. Na escada, acudiu-me pedir a Grande Encyclopédie, letra J, a fim de consultar o artigo relativo a Java e à língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo, ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o javanês, língua aglutinante do grupo maleo-polinésico, possuía uma literatura digna de nota e escrita em caracteres derivados do velho alfabeto hindu.

1. um romance francês do século XVIII.

(BARRETO, Lima. O homem que sabia javanês e outros contos. Curitiba: Polo Editorial do Paraná, 1997. Fragmento.)
O conto “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto, trata-se de uma crítica à sociedade brasileira do início do século XX. O conto denuncia o bacharelismo e o sistema que favorecia os pseudointelectuais, enquanto aqueles com verdadeiro conhecimento não tinham oportunidades. Tal fato pode ser claramente identificado através do seguinte fragmento textual:

Texto para responder à questão. Leia-o atentamente.


O homem que sabia javanês 



    Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo Castro, contava eu as partidas que havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver. 

    Houve mesmo, uma dada ocasião, quando estive em Manaus, em que fui obrigado a esconder a minha qualidade de bacharel, para mais confiança obter dos clientes, que afluíam ao meu escritório de feiticeiro e adivinho. Contava eu isso. 

    O meu amigo ouvia-me calado, embevecido, gostando daquele meu Gil Blas1, vivido, até que, em uma pausa da conversa, ao esgotarmos os copos, observou a esmo:

    – Tens levado uma vida bem engraçada, Castelo!

    – Só assim se pode viver... Isto de uma ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho aguentado lá, no consulado! 

    – Cansa-se; mas, não é disso que me admiro. O que me admira, é que tenhas corrido tantas aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.

    – Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que eu já fui professor de javanês! 

    – Quando? Aqui, depois que voltaste do consulado?

    – Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul por isso.

    – Conta lá como foi. Bebes mais cerveja? 

    – Bebo. Mandamos buscar mais outra garrafa, enchemos os copos, e continuei:

     – Eu tinha chegado havia pouco ao Rio e estava literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de pensão em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anuncio seguinte: 

    “Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas, etc.” Ora, disse cá comigo, está ali uma colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de bonde e sem encontros desagradáveis com os “cadáveres”. Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas, entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e subi. Na escada, acudiu-me pedir a Grande Encyclopédie, letra J, a fim de consultar o artigo relativo a Java e à língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo, ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o javanês, língua aglutinante do grupo maleo-polinésico, possuía uma literatura digna de nota e escrita em caracteres derivados do velho alfabeto hindu.

1. um romance francês do século XVIII.

(BARRETO, Lima. O homem que sabia javanês e outros contos. Curitiba: Polo Editorial do Paraná, 1997. Fragmento.)
Considerando que um texto bem construído é marcado pelas relações entre as palavras, de acordo com a significação das expressões, assinale a associação INCORRETA. 

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