Questões de Medicina do ano 2025

Arboviroses são doenças causadas por vírus (arbovírus) transmitidos por meio da picada de mosquitos, principalmente fêmeas. Há uma arbovirose cujo vírus causador foi isolado pela primeira vez em macacos, em uma floresta de Kampala, Uganda, no ano 1947. O primeiro isolamento humano foi relatado na Nigéria, em 1953. Desde então, expandiu sua abrangência geográfica para vários países da África, Ásia, Oceania e Américas. A maioria das infecções são assintomáticas ou representam uma doença febril autolimitada semelhante a outras infecções. Entretanto, a associação da infecção viral com complicações neurológicas como microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré (SGB) foram demonstradas por estudos realizados durante surtos da doença no Brasil e na Polinésia Francesa. Todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém, mulheres grávidas e pessoas acima de 60 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Esses riscos podem aumentar quando a pessoa tem alguma comorbidade. Essa infecção pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, pode apresentar quadro clínico variável, desde manifestações brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas. Estudos recentes indicam que mais de 50% dos pacientes infectados tornam-se sintomáticos. O período de incubação da doença varia de 2 a 7 dias. Manifestações mais comuns: febre baixa ( ≤38,5 ºC) ou ausente; exantema (geralmente pruriginoso e maculopapular craniocaudal) de início precoce; conjuntivite não purulenta; cefaleia, artralgia, astenia e mialgia; edema periarticular, linfonodomegalia. Além da manifestação clínica exantemática febril leve da infecção, o prurido é um sintoma importante durante o período agudo, podendo afetar as atividades cotidianas e o sono. Essa doença descrita é uma arbovirose.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente a doença descrita anteriormente:

Homem, 78 anos de idade, comparece à consulta de hematologia por alterações do hemograma, identificadas para investigação etiológica de trombose da veia porta. É extabagista (25 anos-maço). Faz uso de aspirina, bisoprolol e enalapril por um infarto agudo do miocárdio há 12 anos e varfarina pela trombose da veia porta. Associadamente, o paciente refere prurido generalizado, intenso, sempre que toma banho e, ocasionalmente, zumbidos, ambos com início há 4 meses. Nega perda de peso ou sudorese fria. Ao exame físico, apresenta pletora facial e baço palpável a 4 cm do rebordo costal esquerdo.

• Exames laboratoriais:
Hemoglobina: 19 g/dL
Leucócitos: 23.110/mm³
Neutrófilos: 13.500/mm³
Linfócitos: 5.000/mm³
Monócitos: 3.000/mm³
Eosinófilos: 420/mm³
Basófilos: 90/mm³
Granulócitos imaturos: 1.100/mm³
Plaquetas: 700.000/mm³
Esfregaço de sangue periférico: desvio esquerdo com presença metamielócitos.
Em relação ao caso descrito, assinale a alternativa que apresenta a hipótese diagnóstica mais provável.

Homem, 65 anos de idade, segundo pós-operatório de colecistectomia, até então, sem complicações, começa a gritar, afirmando estar presente um “homem estranho” no seu quarto no hospital. Refere que na noite anterior, lembra-se de ter visto vários homens no seu quarto. Refere que estes homens nada lhe disseram, mas que tinha a certeza de que estavam ali para lhe fazer mal. Não tem antecedentes de doença psiquiátrica. Durante à noite anterior, ficou agitado e inquieto, e intercalou com períodos em que estava desorientado e sonolento. Ao exame físico, apresenta FC de 98 bpm, PA de 150x90 mmHg. SpO₂ de 98% em ar ambiente. Vigil, orientado no espaço, porém não no tempo.
Não apresentava alucinações ou delírios no momento da avaliação. Qual das alternativas melhor diferencia o delirium da demência?

Homem, 62 anos de idade, comparece à consulta de rotina. Sem queixas. Apresenta cirrose hepática compensada (etiologia alcoólica). Tabagismo ativo (50 anos-maço). Não faz uso de álcool há 10 anos. Ao exame físico, apresenta-se corado, hidratado e anictérico. Hipertrofia parotídea bilateral. Tórax em barril com telangiectasias dispersas pelo tronco. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular globalmente diminuído, sem ruídos adventícios. Abdome: indolor sem visceromegalias, sem ascite. Em relação ao caso descrito, qual é o mecanismo fisiopatológico das alterações cutâneas apresentadas pelo paciente? 

Mulher, 52 anos de idade, internada para realização de hipofisectomia transfenoidal por macroprolactinoma. Apresenta hemianopsia bitemporal, refratário à terapêutica. Durante o pósoperatório, manteve-se sempre consciente e orientada, e hemodinamicamente estável até o sexto pós-operatório, quando foi encontrada com alteração do nível de consciência. Ao exame físico, apresenta PA de 140x90 mmHg, FC de 88 bpm, FR de 14 irpm. Abre os olhos em resposta à dor, localiza a dor e verbaliza sons incompreensíveis. Sem déficits focais. Tomografia de encéfalo: sem alteração aguda.

• Gasometria arterial:
pH: 7,40
pCO₂: 41mmHg
pO2: 86 mmHg
HCO₃ - : 25 mmol/L
Sódio: 115 mmol/L
Potássio: 4,0 mmol/L
Cloro: 109 mmol/L
Glicose 124 mg/dL
Lactato: 0,7 mmol/L

Em relação ao caso apresentado, qual é a abordagem mais adequada?