Questões de Língua Portuguesa do ano 2003

Pela temática desenvolvida, o texto II pode ser considerado uma perífrase ampliada do texto I.

Opõem-se os textos I e II quanto à tipologia textual: aquele é predominantemente narrativo; este é essencialmente descritivo.

Enquanto o texto I discorre essencialmente a respeito da fome, o texto II desenvolve o tema da pobreza perante a Declaração dos Direitos Humanos.

Os dois textos fazem um alerta à sociedade quanto às diferenças sociais, no que tange aos direitos à alimentação, à saúde, à educação, em prol da dignidade humana.

Abordar o necessário comprometimento dos indivíduos e das nações frente aos direitos humanos é um dos pontos tratados com destaque nos textos I e II.

O fragmento "toda pessoa estar protegida contra a fome" (L.44-45) opõe-se a toda pessoa estar faminta.

A "grande contradição entre o que se proclama e o que é a realidade concreta" (L.46-47) situa-se entre o discurso e a prática.

A passagem "A miséria latino-americana é simplesmente escandalosa" (L.47-48) significa que as mulheres muito pobres costumam se prostituir para garantir uma forma de sobrevivência.

O vocábulo "horda" (L.49) significa bando, quantidade muito grande.

O termo "miseráveis" (L.51) refere-se àqueles cidadãos que não têm como satisfazer suas "necessidades básicas" (L.52), que incluem a alimentação.

Os dois primeiros parágrafos apresentam o histórico do problema abordado no texto: os direitos sociais e culturais que são garantidos aos cidadãos.

O terceiro parágrafo aborda o interesse crescente pelos direitos humanos, alertando que, apesar de estarem já declarados, é necessário que eles sejam firmados em realidade conhecida e aceita por todos.

O quarto parágrafo faz um percurso cronológico desde a Revolução Francesa, origem dos direitos humanos, passando pela Revolução Industrial inglesa, chamada de primeira geração, até chegar à segunda geração, a dos direitos de igualdade econômica, social e cultural, no século XX.

O quinto parágrafo refere-se explicitamente ao Pacto de Varsóvia, após a Primeira Grande Guerra Mundial, que reconhece o direito ao trabalho e à remuneração que assegure uma existência digna, ao descanso remunerado, ao lazer, bem como à saúde e à educação gratuitas.

No último parágrafo, está expresso o direito fundamental de toda a pessoa — a fome —, principalmente na América Latina, onde há uma população de miseráveis que não conseguem sequer satisfazer suas necessidades básicas.