Listagem de Questões sobre Geral
Analisando a antropologia como ciência social no Brasil, assinale a alternativa incorreta.
As pesquisas e estudos de populações indígenas são realizadas, na maior parte das vezes, em território brasileiro. Embora para os especialistas seja fortuito que os grupos indígenas estejam situados no Brasil, o fato é que existem implicações políticas e ideológicas significativas nessa localização.
Entre os pesquisadores contemporâneos, há uma tendência crescente no interesse pela antropologia feita em Portugal, atestando o significado dos vínculos históricos e linguísticos e dos caminhos lusobrasileiros.
Florestan Fernandes, ao reconstruir a organização social dos Tupinambá, também os inseria no mapa mundial, provava sua competência além-fronteiras, e também encontrava o ponto zero da história do Brasil.
No Brasil Lévi-Strauss encontrou o caminho para a noção (universal) de estrutura dual nos Bororo.
A pesquisa antropológica brasileira se fecha no território brasileiro, de forma a dispensar as ondas migratórias para outros países.
Considerando os parâmetros consagrados da antropologia social e cultural, julgue os itens a seguir.
I Como inventor de mundos, o homem é certamente animal. Outros não poderão conhecer senão aqueles mundos possibilitados pelos seus órgãos de sentido, pelas suas estruturas cerebrais, pelas suas condições de vida.
II Uma diferença central entre homens e animais relaciona-se à capacidade humana de simbolizar e, por meio da linguagem, acumular conhecimentos, que são transmitidos de geração a geração.
III Sem a socialização e o aprendizado cultural, o homem, tal qual o conhecemos, seria física e mentalmente inviável.
IV Hoje em dia, pode-se rejeitar o evolucionismo social, mas não se deve esquecer ter sido essa a vertente analítica que fundiu, definitivamente, o nós e os outros em uma só espécie.
V Muito longe das coisas em si, a apreensão que os homens têm do mundo é antropocêntrica. O antropocentrismo é a condição inicial e final de toda relação do homem com o universo.
A quantidade de itens certos é igual a
1
2
3
4
5
A respeito da obra de Roberto DaMatta, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa correta.
I Em “Carnaval, Malandros e Heróis”, DaMatta sustenta que o Carnaval é um ‘rito sem dono’, um festival com múltiplos planos. Segundo o autor, sabemos que, em geral, ali se encontram os marginais do universo socialmente reconhecido ou, quando são os ‘ricos’ que ocupam tais lugares, eles estão disfarçados ou divididos; viram deuses ou reis, são membros de um clube ou associação.
II De acordo com DaMatta, para delimitar posições e conquistar direitos dentro do espaço simbólico da “casa”, membros da sociedade brasileira recorrem ao que o autor define como a gramática do “Você sabe com quem está falando?”
III Para DaMatta, o uso do chamado “jeitinho brasileiro” acaba por engendrar um fenômeno muito conhecido e generalizado entre nós: a total desconfiança nas regras e decretos universalizantes. E essa desconfiança geraria sua própria antítese, que é a esperança permanente de vermos as leis serem finalmente implementadas e cumpridas.
IV Roberto DaMatta problematizou as noções de sagrado e profano ao analisar o carnaval brasileiro como um ritual de inversão.
Nenhum item está certo.
Há apenas um item certo.
Há apenas dois itens certos.
Há apenas três itens certos.
Todos os itens estão certos.
Os autores pós-modernos sofreram grande influência da vertente interpretativa da antropologia americana. Introduzindo questões relativas à hermenêutica, passaram a ver a cultura como um texto, uma tessitura de significados elaborados socialmente pelos homens e sua exegese, como o ofício da Antropologia. Acerca do tema, assinale a alternativa correta.
A crítica pós-moderna se caracteriza propriamente como uma avaliação epistemológica da ciência antropológica. Na verdade o objeto dessa crítica referese muito mais aos conceitos ou leis utilizados pela antropologia do que à pratica discursiva etnográfica.
A crítica pós-moderna considera o conhecimento etnográfico como resultado de situações de diálogo entre subjetividades concretas que interagem em condições sobredeterminadas de contato e de negociação de sentido. Ou seja, o texto etnográfico, ao privilegiar a voz do antropólogo, tende a não anular as outras vozes.
Observando os antropólogos pós-modernos em sua prática de pesquisa, constata-se que as preocupações desses etnógrafos (ou "meta-etnógrafos") não recaíram sobre questões relativas ao próprio processo de produção do conhecimento antropológico.
Foi a partir do final dos anos 70 que os horizontes da crítica antropológica foram redirecionados, possibilitando a reflexão dos antropólogos pósmodernos, os quais, acostumados a ver as culturas como texto e a antropologia como sua interpretação, passaram a tomar o próprio texto etnográfico como objeto de interpretação.
Nos anos 80 do século passado, Roberto DaMatta, em um artigo que se tornou famoso – A fábula das três raças –, utilizando-se fartamente do estruturalismo e das categorias de Dumont, procura explicar "o racismo à brasileira" como uma construção cultural ímpar e específica. Acerca dessa teoria, julgue os itens subsequentes.
I A teoria, no dizer de Roberto DaMatta, substitue, no Brasil, a noção de indivíduo, para recriar, em pleno reino formal da cidadania, a hierarquia racial, ameaçada com o fim da escravatura e da sociedade de castas.
II A proposta teórica de Roberto DaMatta é clara: o Brasil não é uma sociedade igualitária de feição clássica, pois convive bem com hierarquias sociais e privilégios, é entrecortada por dois padrões ideológicos, ainda que não seja exatamente uma sociedade hierárquica de tipo indiano.
III Aqueles que tentam analisar a sociedade brasileira segundo os mesmos moldes teóricos das sociedades modernas e individualistas do Ocidente, desenvolveram um sistema teórico que deu conta do modo preciso em que se articulam os diversos elementos ou aspectos do racismo.
IV Os marxistas, ao tratar a "democracia racial" como uma "superestrutura", acabaram por reforçar a ideia de mito, transformando-a em construto supraconjuntural, própria a uma formação social, muito próxima dos processos de longa duração.
V A democracia racial não é nem mais nem menos duradoura que o "racismo científico".
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