Uma mulher primípara idosa, com diagnóstico de transtorno bipolar, iniciou um quadro de psicose puerperal no décimo dia do puerpério, com sintomas maniatiformes, desorganização do pensamento, comportamento bizarro e delírios autorreferenciais e persecutórios. Apesar da profusa medicação psicotrópica empregada, decorrido um mês de internação, não houve melhora clínica e a paciente foi submetida a ECT.
O caso relatado constitui uma urgência psiquiátrica; assim, não há necessidade de solicitar tomografia axial computadorizada cranioencefálica e eletroencefalograma, pois esses exames só atrasariam o início do tratamento.
Não há dados que sugiram um estreito relacionamento entre a psicose puerperal e os transtornos de humor.
Antipsicóticos foram utilizados no tratamento da paciente, mas não estabilizadores de humor, pois os níveis residuais de estabilizadores no leite são semelhantes aos do plasma.
O início dos quadros de transtorno como o relatado, em geral, é insidioso.
A eletroconvulsoterapia é muito eficaz nos casos de psicose puerperal, pois, mesmo com fármacos utilizados na indução anestésica, não é preconizada a interrupção da amamentação após a recuperação pós-anestésica.
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