Questões de Psicologia do ano 2004

Um executivo, saindo de viagem para sua reunião mensal de diretoria, subia as escadas do avião para o embarque quando sentiu falta de ar e dor desconhecida no peito, que rapidamente se somou com taquicardia, sensação de sufocamento, vertigem e desrealização, tremores, sudorese excessiva e sensação de desmaio iminente. Essas respostas duraram aproximadamente 5 minutos, ao final dos quais o executivo notou parestesia em torno dos lábios e nas extremidades. Ele viajou muito apreensivo, mas, ao chegar ao destino, estava bem e continuou a rotina prevista, atribuindo o mal-estar à noite mal dormida e à rotina de trabalho extenuante. Ao retornar à sua cidade, voltou a sentir taquicardia, sudorese, dor no peito, desrealização e sufocamento assim que se aproximou do balcão de check-in. Desta vez, ele desistiu do vôo, alugou um carro com motorista e fez a viagem de volta sem sentir nada. Desde então, ele não voa mais, mas os sintomas se repetem aproximadamente a cada semana e ele está considerando deixar a empresa onde trabalha. Ele já não usa elevadores, não entra em shoppings, restaurantes, cinemas nem teatros. Ao visitar o cardiologista, foi encaminhado ao psiquiatra, que diagnosticou transtorno do pânico com agorafobia, o medicou e o encaminhou para um terapeuta comportamental cognitivo.

Considerando o caso hipotético apresentado acima, julgue os itens seguintes.

A exposição interoceptiva é inadequada para tratar esse paciente.

Com relação à avaliação e à intervenção em uso de tabaco, álcool e outras drogas, julgue os itens que se seguem.

Para o dependente químico que tenta a sobriedade, pode ser necessário reconstruir toda sua rede de suporte social.

Com relação à avaliação e à intervenção em uso de tabaco, álcool e outras drogas, julgue os itens que se seguem.

Um programa para controle do uso de tabaco por saciação pode ser mais oneroso quanto à infra-estrutura necessária e ao ganho real obtido que um programa realizado por esvanecimento.

Com relação à avaliação e à intervenção em uso de tabaco, álcool e outras drogas, julgue os itens que se seguem.

A terapia aversiva para controle da bebida pode acontecer tanto por tratamento químico quanto por tratamento psicológico.

Mário tem 48 anos de idade, é doutor em administração de empresas e ocupa cargo de alta responsabilidade e de grande poder de decisão na empresa em que trabalha. Geralmente, Mário bebe meia garrafa de vodka por dia e fuma duas carteiras de cigarro, sem que isso afete a qualidade de seu trabalho. Nos finais de semana, ele bebe até duas garrafas de destilados e fuma três carteiras de cigarro por dia. Na sala de trabalho, Mário tem sempre alguma bebida especial para oferecer a seus clientes e amigos. Sua primeira dose foi um cálice de vinho servido pelo pai quando Mário tinha 12 anos de idade. Atualmente, ele ingere apenas bebidas destiladas, com preferência por vodka e cachaça. Mário chega ao trabalho em torno de meio-dia, almoça por volta de 14 h e não tem hora para sair à noite, mas antes de ir para casa costuma passar em seu restaurante preferido e sempre toma uma última dose— segundo ele, para dormir bem. Quando foi operado de uma fratura sofrida em uma partida de tênis, Mário foi hospitalizado e mostrou-se bastante colaborativo, mas, no terceiro dia de internação, tornou-se irritado, inquieto, confuso e muito decidido a sair do hospital. Acabou forçando a alta após assinar termo de responsabilidade, e foi para casa. Dois dias depois, ele estava falante e sociável como sempre.

Considerando o caso hipotético apresentado acima, julgue os itens a seguir.

Se Mário ficar abstêmio por 12 meses ininterruptos, certamente terá se curado de um possível problema com o álcool.