Questões de Língua Portuguesa do ano 2008

estudam muito a teoria dos gêneros do discurso, o que os impede de dialogar com as instâncias educacionais superiores dos estados e municípios, cujos representantes não possuem formação específica nessas teorias.

desrespeitam constantemente os estudantes que utilizam dialetos mais estigmatizados e, portanto, não compreendem com clareza que as línguas variam internamente.

estão, muitas vezes, despreparados para assumir a responsabilidade pela elaboração dos objetivos do ensino, o que tem resultado na prática da adoção de livros didáticos.

não têm interesse em refletir sobre a mudança no ensino de gramática, porque acreditam que o fracasso escolar é um problema social que nada tem a ver com a qualidade do ensino.

a anteposição do adjetivo "disponível" ao substantivo "computador" na oração "Aqui há um disponível computador" é gramatical no português, da mesma forma como ocorre com pobre e linda, nos dados acima.

o professor deve elaborar questões que discutam o emprego desses dados em situações de interação comunicativa, o que caracteriza o trabalho com a gramática reflexiva.

tanto o adjetivo pobre quanto o adjetivo linda, ao serem antepostos ao substantivo, sofrem alteração de sentido.

o adjetivo brilhante exibe o mesmo comportamento gramatical que o adjetivo pobre, em português (ou seja, sofre alteração de sentido quando anteposto ao substantivo).

Por meio de atividades que envolvam a gramática de uso, é possível trabalhar os recursos da língua de forma inconsciente e implícita, visando à internalização das construções lingüísticas.

Os exercícios de gramática reflexiva não devem ser utilizados para trabalhar as variedades do português, porque exigem do aluno o domínio inconsciente da língua.

O trabalho com a gramática normativa deve levar em conta que as análises dos fatos lingüísticos encontradas nos manuais não são passíveis de alteração.

Ao trabalhar determinado conteúdo, o professor deve escolher apenas uma das quatro formas propostas, para não confundir os alunos.

o desenvolvimento da competência comunicativa deve ser o objetivo fundamental do ensino de uma língua para os seus falantes.

se deve privilegiar o ensino prescritivo, em detrimento de uma abordagem descritiva dos fatos lingüísticos.

o ensino de gramática deve estar desvinculado de qualquer utilidade prática, assim como ocorre com o ensino de matemática.

a teoria gramatical deve ser completamente abolida das aulas de português, uma vez que os alunos já desenvolveram a sua competência lingüística.

O português não-padrão corresponde a uma única variedade de português, falada pelos habitantes das cidades do interior do país, como é o caso de Eulália.

O que as pessoas chamam usualmente de língua portuguesa corresponde à norma padrão, a qual se reveste de prestígio social, em relação às outras variedades de português.

As diferenças entre o português padrão e o português nãopadrão só ocorrem no nível fonético, como demonstram os exemplos citados por Emília ("os probrema", "os fósfro", "môio ingrês").

O português não-padrão é mais conservador que o português padrão, o que permite a Irene compará-lo com a língua falada no século XII.