Questões de Educação Física do ano 2007

Na maioria dos casos, o braço de força no corpo humano é mais curto que o braço de resistência, o que resulta em vantagem mecânica e, paralelamente, em perda de velocidade.

A ação do bíceps, de flexão do cotovelo contra uma resistência, caracteriza-se como alavanca de primeira classe, na qual o ponto de apoio está situado entre a força e a resistência.

As alavancas de segunda classe, nas quais a resistência se encontra entre o ponto de apoio e a força, são o tipo de alavanca mais comum no corpo humano.

O bastão de beisebol e a raquete de tênis representam extensões artificiais do braço de resistência, aumentando a velocidade enquanto exigem um acréscimo na aplicação da força muscular.

O conceito de período crítico da aprendizagem refere-se à prontidão maturacional, quando o aluno reúne as condições mínimas para aprender determinadas habilidades. Segundo esse conceito, antes desse período, qualquer tentativa resulta em pouca ou nenhuma aprendizagem, da mesma forma que após esse período, a aprendizagem passa a ser muito mais difícil e até mesmo impossível.

Até os 7 anos de idade, o desenvolvimento motor da criança caracteriza-se pela aquisição de habilidades básicas, como andar, correr, saltar, arremessar, receber etc. As aulas de educação física devem, portanto, ser organizadas em torno de atividades que estimulem a interação entre esses padrões fundamentais para se formarem estruturas mais complexas.

A partir do 3.º e 4.º ciclos do ensino fundamental (5.ª a 8.ª séries), de acordo com o princípio hierárquico do desenvolvimento das habilidades motoras (do simples para o complexo), as aulas de educação física devem estimular ao máximo a diversificação das habilidades básicas, sem se preocupar com o ensino das habilidades específicas.

A crítica ao conceito de especialização precoce, indica que é contra indicado se superestimular a criança, em qualquer fase do desenvolvimento motor, para que ela realize qualquer tipo de habilidade motora.

No estágio verbal-cognitivo, as questões centrais estão ligadas à identificação do que deve ou não deve ser feito. Nesse estágio, o professor pode dar instruções que estimulem os alunos a utilizar posturas similares às já aprendidas ou a organizar seqüências com outros movimentos conhecidos, de modo a facilitar a aprendizagem.

Como o estágio verbal-cognitivo requer pouca atenção do aluno, o professor deve fornecer-lhe estímulos variados, que exijam o processamento simultâneo de atividades, acrescentando às explicações técnicas orientações táticas gerais sobre o jogo.

No estágio motor, a atenção do aluno se volta para a organização de padrões de movimento mais eficientes; o aluno passa a ser capaz de detectar e corrigir seus próprios erros, não sendo mais necessário que o professor utilize modelos ou demonstrações.

No estágio autônomo, os alunos necessitam de grande atenção para a realização da habilidade motora, pois passam a se concentrar nos detalhes. Nesse momento, o professor pode incluir nas aulas uma fase de teste, tomando os devidos cuidados, pois a avaliação costuma prejudicar a motivação dos alunos.

As aulas de educação física devem articular o conteúdo específico da cultura corporal com os grandes problemas sociopolíticos da atualidade, como relações sociais de trabalho, distribuição de renda, saúde pública etc., desenvolvendo nos alunos uma leitura crítica da realidade brasileira.

Para a tendência crítico-superadora, as aulas de educação física devem ser realizadas no turno contrário ao que o aluno estuda, e a escola deve dispor de um espaço físico e adequado para a prática esportiva.

Por assumir uma postura crítica diante da "sociedade de consumo", o ensino da educação física não deve ter um sentido lúdico, que instigue nos alunos o exercício da criatividade do trabalho e do lazer.

Na seleção dos temas da cultura corporal a serem abordados nas aulas de educação física, o professor deve dar uma atenção especial às modalidades esportivas já institucionalizadas e difundidas na sociedade moderna.