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#Questão 1097503 - Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, CPCON, 2025, Prefeitura de Nazarezinho - PB, Professor de Educação Básica I - Ensino Fundamental (Anos Iniciais)

Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

Sexta-feira

    Eram onze horas da noite de Sexta-feira da Paixão e eu caminhava sozinho por uma rua deserta de Ipanema, quando tive a gélida sensação de que alguém me seguia. Voltei-me e não vi ninguém. Prossegui a caminhada e foi como se a pessoa ou a coisa que me seguia tivesse se detido também, agarrada à minha sombra, e logo se pusesse comigo a caminhar.
   Tornei a olhar para trás, e desta vez confirmei o pressentimento que tivera, descobrindo meu silencioso seguidor. Era um cão.
    A poucos passos de mim, sentado sobre as patas junto à parede de uma casa, ele esperava que eu prosseguisse no meu caminho, fitando-me com olhos grandes de cão. Não sei há quanto tempo se esgueirava atrás de mim, e nem se trocaria o rumo de meus passos pelos de outro que comigo cruzasse. O certo é que me seguia como a um novo dono e me olhava toda vez que me detinha, como se buscasse no meu olhar assentimento para a sua ousadia de querer-me. No entanto, era um cão.
    Associei a tristeza que pesava no luto da noite ao silêncio daquele bicho a seguir-me, insidioso, para onde eu fosse, e tive medo – medo do meu destino empenhado ao destino de um mundo responsável naquele dia pela morte de um Deus ainda não ressuscitado. Senti que acompanhava o rumo de meus pés no asfalto o remorso na forma de um cão, e o cansaço de ser homem, bicho miserável, entregue à própria sorte de ter assassinado Deus e Homem Verdadeiro. Era como se aquele cão obstinado à minha cola denunciasse em mim o anátema que pesava na noite sobre a humanidade inteira pelo crime ainda não resgatado – e meu desamparo de órfão, e a consciência torturada pelas contradições desta vida, e todo o mistério que do bojo da noite escorria como sangue derramado, para acompanhar-me os passos, configurado em cão. E não passava de um cão.
    Um cão humilde e manso, terrível na sua pertinácia de tentar-me, medonho na sua insistência em incorporar-se ao meu destino – mas não podia ser o demônio: perseverava apenas em oferecer-me a simples fidelidade própria dos cães e nada esperava em troca senão correspondência à sua fome de afeição. Uma fome de cão.
    Antes seria talvez algum amigo nele reencarnado e que desta maneira buscava olhar-me de um outro mundo, tendo escolhido para transmitir-me a sua mensagem de amor justamente a noite em que a morte oferecia ao mundo a salvação pelo amor. E a simples lembrança do amor já me salvava da morte, levando-me à inspiração menos tenebrosa: larguei o pensamento a distrair-se com a ideia da metempsicose, pus-me a percorrer lentamente a lista de amigos mortos, para descobrir o que me poderia estar falando pelo olhar daquele cão. Mas era apenas um cão.
    E tanto era um cão que, ao atingir a esquina, deixou-se ficar para trás, subitamente cauteloso, tenso ante a presença, do lado oposto da rua, de dois outros cães.
    Detive-me à distância, para assistir à cena. Os dois outros cães também o haviam descoberto e vinham se aproximando. Ele aguardava, na expectativa, já esquecido de mim. Os três cães agora se cheiravam mutuamente, sem cerimônia, naquela intimidade primitiva em que o instinto prevalece e o mais forte impõe tacitamente o seu domínio. Depois me olharam em desafio até que eu me afastasse, e meu breve companheiro se deixou ficar por ali, dominado pela presença dos outros dois, na fatalidade atávica que fazia dele, desde o princípio dos tempos, um cão entre cães.
    E agora era eu que, animal sozinho na noite, tinha de prosseguir sozinho no meu confuso itinerário de homem, sozinho, à espera da ressureição do Deus morto e sem merecê-lo, e sem rumo certo, e sem ao menos um cão.


Fonte: SABINO, Fernando. As melhores crônicas de Fernando Sabino. São Paulo: Record, 1986, p. 151-153.
Assinale a alternativa CORRETAconsoante às ideias apresentadas e aos sentidos autorizados no Texto I.

Sobre a musicalização na Educação Infantil, analise as asserções a seguir.

I- A musicalização na Educação Infantil, conforme estabelecido na BNCC, limita-se ao ensino formal dos elementos técnicos da música, como notas e partituras, desconsiderando sua relevância como linguagem expressiva.
II- A musicalização contribui para o desenvolvimento integral das crianças, envolvendo aspectos cognitivos, sociais, emocionais e motores, além de promover a criatividade e a sensibilidade.
III- Na Educação Infantil, o papel do professor é oferecer um ambiente musical tecnicista, desconsiderando a espontaneidade das crianças e sua relação lúdica com a música.
IV- A música, enquanto linguagem artística, é inserida na BNCC como uma forma de enriquecer as experiências das crianças, permitindo que se expressem e desenvolvam sua percepção e criatividade desde a primeira infância.

É CORRETO o que se afirma em:

Relato de Caso: Durante uma manhã na creche, a professora responsável decidiu realizar uma sessão de contação de histórias para um grupo de crianças de 3 a 5 anos. Para criar um ambiente acolhedor e envolvente, ela utilizou um tapete pedagógico e organizou as crianças em um círculo. Antes de iniciar, pediu ajuda ao monitor da turma, que colaborou trazendo fantoches e máscaras feitas anteriormente pelas crianças. Ahistória escolhida, sobre uma aventura de animais na floresta, foi narrada com diferentes entonações de voz e gestos expressivos. Enquanto a professora contava a história, o monitor de creche distribuiu fantoches aos pequenos, incentivando-os a interagir representando os personagens. Essa participação ativa trouxe mais dinamismo à atividade. Durante o desfecho, o monitor pediu às crianças que desenhassem uma parte da história que mais gostaram. Assim, a contação não apenas despertou a criatividade e a imaginação, mas também reforçou a compreensão narrativa e promoveu a socialização entre as crianças.
Com base no relato de caso, considerando as Infâncias e suas múltiplas linguagens, bem como os princípios pedagógicos da contação de histórias na Educação Infantil, marque a opção CORRETA.

“Acriança, na interação com seus pares e com adultos, vive experiências de atenção pessoal e outras práticas sociais nas quais aprende a se perceber como um 'eu' — alguém que tem características, desejos, motivos, concepções —, a considerar seus parceiros como um 'outro' — com desejos e interesses próprios — e a tomar consciência da existência de um 'nós' — um grupo humano cada vez mais amplo e diverso” (Oliveira, 2018, p. 03).
Fonte: OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2018.

A partir deste contexto, marque a alternativa CORRETA a respeito da afetividade na Educação Infantil.

O desenvolvimento motor na infância é um processo essencial que envolve aspectos biológicos, psicossociais e culturais. Ele está diretamente relacionado ao crescimento, ao aprendizado e à interação das crianças com o mundo ao seu redor. Analise as proposições a seguir.

I- O desenvolvimento motor na infância ocorre de forma progressiva e está relacionado a fatores multicausais.
II- As experiências motoras na infância, como brincar, correr e manipular objetos, favorecem o desenvolvimento cognitivo e socioafetivo das crianças, possibilitando a aprendizagem de lateralidade e praxias.
III- O aprendizado de linguagem e Matemática, por ser parte do desenvolvimento cognitivo, ocorre de maneira independente dos estímulos ambientais e da prática de atividades motoras.

É CORRETO o que se afirma em:

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