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#Questão 1056091 - Português, Interpretação de Textos, CONSULPAM, 2022, Prefeitura de Irauçuba - CE, Professor de Ensino Fundamental - Letras/Português

TEXTO 01

[...]


    Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço, Chico Bento conseguiu obter o ambicionado lugar no açude do Tauape.

   No bilhete, a moça fazia o possível para comover a destinatária; e a senhora, apesar de já se ter habituado a esses pedidos que falavam sempre numa pobreza extrema e em criancinhas famintas, achou jeito de desentulhar uma pá, e ela mesma guiou o vaqueiro aturdido, com seu ferro na mão, e o entregou ao feitor.

   Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço da barragem.

  Só de longe em longe parava para tomar fôlego, sentindo o pobre peito cansado e os músculos vadios.

    E o almoço, ao meio-dia, onde, junto ao pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o soergueu e animou.

   Já era tão antiga, tão bem instalada a sua fome, para fugir assim, diante do primeiro prato de feijão, da primeira lasca de carne!...

   E até lhe amargou o gosto daquela carne, lembrando-se de que Cordulina, a essa hora, engolia talvez um triste resto de farinha, e junto dela, devorada a magra ração, os meninos choravam...

   Mas, à tarde, quando sentiu tinir no bolso o jornal ganho, um novo sentimento o animou.

   Tinha finalmente algum dinheiro – só dois níqueis, é bem verdade! –, mas dinheiro ganho com seu esforço, com os calangros dos seus braços, e que o auxiliaria a alimentar a filharada esfomeada...

[...]


A respeito do personagem Chico Bento, conforme o texto 1, é CORRETO afirmar que:

A principal contribuição da psicanálise foi o estudo das neuroses e suas causas, levando a uma nova forma de pensar a doença mental. Pode-se inferir que a psicanálise é a força motriz por trás do deslocamento das intervenções mentais. Para julgar essas afirmações de fato traduzido, é preciso atacar a questão da contribuição da psiquiatria e da psicanálise.

(__) Os aportes da psicanálise com a compreensão das neuroses, dos sonhos, dos atos falhos e lapsos descomprimiram os conceitos, possibilitando um novo olhar do doente mental.
(__) Novos rumos pressupôs a abertura no conhecimento, a pessoa e o seu relacionamento terapêutico, o que passou a ser melhor entendido, devido principalmente a valorização dada à escuta.
(__) A doença mental passou a ser vista como a expressão de um conflito devido a possibilidade da realização do prazer, o que passou a considerar a doença como uma verdade que não pode ser decifrada.
(__) A descoberta do inconsciente diminuiu as possibilidades da compreensão do psíquico em conflito, pois passou-se a investigar a própria verdade no processo terapêutico.

Considerando as assertivas V para verdadeiras e F para as falsas, assinale a alternativa CORRETA.

Texto 1

Ao adentrar na narrativa do filme Os Outros, o espectador, mesmo diante do velho padrão da casa mal-assombrada, sente que está diante de algo diferente. Com cômodos soturnos, vultos sinistros e portas que insistem em ranger, a produção vai muito além do trivial acerca das histórias fantasmagóricas que a indústria constantemente nos oferta, algumas boas, outras ruins.

Os Outros faz parte do ciclo das boas, tamanha a excelência e sofisticação. Logo na abertura, uma aula de condução narrativa audiovisual, somos apresentados ao ambiente em que a história de horror psicológico, claustrofobia e instabilidade mental vai se passar. Grace (Nicole Kidman) acorda de um pesadelo. Naquela manhã ela recebe a visita dos novos empregados, três figuras misteriosas, obedientes e disponíveis para as necessidades organizacionais da enorme casa.

Ao exibir cada cômodo, Grace trata de explicar detidamente cada regra. A iluminação na casa deve ser contida, pois a cada porta aberta, a anterior deve ser fechada, como se os personagens estivessem constantemente atravessando fases de um jogo. Mais adiante, a impetuosa gestora do lar apresenta os seus filhos Anne (Alakia Mann) e Nicholas (James Bentley), duas crianças com uma doença rara que os impede de ter contato com a luz do sol. Assim, entendemos os motivos que levam Grace a ter toda a rigorosa cautela com a circulação dentro da casa.

Sob regime de tensão, a casa é regida duramente por Grace, uma católica fervorosa pouco paciente e rígida. Compreendemos a sua tensão: ela está à espera do marido, Charles (Christopher Eccleston), um homem que ainda não voltou da guerra. As coisas, por sua vez, ficam mais tensas ao passo que as crianças começam a alegar que estão vendo e sentindo presenças estranhas em sua casa, o que indica que há fantasmas prontos para assustar aos moradores daquele espaço isolado e lúgubre.

Ao estrear em agosto de 2001, Os Outros surpreendeu a crítica e ao público, sendo aplaudido de pé em alguns festivais. Muito desse sucesso todo se aplica ao seu final “surpreendente”, com um plot twist bem conduzido, tal como O Sexto Sentido, A Vila ou Clube da Luta. Esse recurso, entretanto, não é a muleta que faz a narrativa caminhar. Ao contrário, apresenta-se apenas como um dos elementos de sofisticação do filme. Ao longo dos seus 105 minutos, o cineasta Alejandro Amenábar oferta ao espectador imagens de muita classe. No lugar dos sustos fáceis e das criaturas abomináveis que insistem em vir do mundo dos mortos para assustar personagens incautos, o roteiro preenche a produção de alegorias e situações que pedem alguma interpretação do seu público.

(...)

(Disponível em: <https://www.planocritico.com/critica-osoutros/>. Acesso em: 22 jun. 2020).


A expressão “ao passo que” (quarto parágrafo) exprime:

As alegações de que um sintoma ou doença é "causado" por uma doença biológica com etiologia genética, endócrina, neuroquímica ou anatômica verificável em outras doenças (Kaplan et al., 1997) ao gene, ao comportamento, podem ser expressos por uma lógica homogênea, da química ao discurso social. Quanto a uma forma semelhante, considere os argumentos das manifestações clínicas da patologia:

I- Que são combinações derivadas das contradições prevalecentes na cultura, como estrutura familiar, função da personalidade, forma simbólica que nos força a admitir que classes derivadas de sistemas opostos podem produzir figuras clínicas que desejam identidades estendidas.
II- A partir da relação de compartilhamento ou diferença entre as coleções, o diagnóstico da taxonomia da doença não expressa a complexidade da condição do paciente, mas apenas indica os pontos comuns entre o paciente e os demais indivíduos incluídos na mesma coleção.
III- O valor patológico dos símbolos pode ser totalmente medido por sua certeza ou incerteza no conjunto de imagens definidas.

Assinale a alternativa CORRETA.

Texto 1

Ao adentrar na narrativa do filme Os Outros, o espectador, mesmo diante do velho padrão da casa mal-assombrada, sente que está diante de algo diferente. Com cômodos soturnos, vultos sinistros e portas que insistem em ranger, a produção vai muito além do trivial acerca das histórias fantasmagóricas que a indústria constantemente nos oferta, algumas boas, outras ruins.

Os Outros faz parte do ciclo das boas, tamanha a excelência e sofisticação. Logo na abertura, uma aula de condução narrativa audiovisual, somos apresentados ao ambiente em que a história de horror psicológico, claustrofobia e instabilidade mental vai se passar. Grace (Nicole Kidman) acorda de um pesadelo. Naquela manhã ela recebe a visita dos novos empregados, três figuras misteriosas, obedientes e disponíveis para as necessidades organizacionais da enorme casa.

Ao exibir cada cômodo, Grace trata de explicar detidamente cada regra. A iluminação na casa deve ser contida, pois a cada porta aberta, a anterior deve ser fechada, como se os personagens estivessem constantemente atravessando fases de um jogo. Mais adiante, a impetuosa gestora do lar apresenta os seus filhos Anne (Alakia Mann) e Nicholas (James Bentley), duas crianças com uma doença rara que os impede de ter contato com a luz do sol. Assim, entendemos os motivos que levam Grace a ter toda a rigorosa cautela com a circulação dentro da casa.

Sob regime de tensão, a casa é regida duramente por Grace, uma católica fervorosa pouco paciente e rígida. Compreendemos a sua tensão: ela está à espera do marido, Charles (Christopher Eccleston), um homem que ainda não voltou da guerra. As coisas, por sua vez, ficam mais tensas ao passo que as crianças começam a alegar que estão vendo e sentindo presenças estranhas em sua casa, o que indica que há fantasmas prontos para assustar aos moradores daquele espaço isolado e lúgubre.

Ao estrear em agosto de 2001, Os Outros surpreendeu a crítica e ao público, sendo aplaudido de pé em alguns festivais. Muito desse sucesso todo se aplica ao seu final “surpreendente”, com um plot twist bem conduzido, tal como O Sexto Sentido, A Vila ou Clube da Luta. Esse recurso, entretanto, não é a muleta que faz a narrativa caminhar. Ao contrário, apresenta-se apenas como um dos elementos de sofisticação do filme. Ao longo dos seus 105 minutos, o cineasta Alejandro Amenábar oferta ao espectador imagens de muita classe. No lugar dos sustos fáceis e das criaturas abomináveis que insistem em vir do mundo dos mortos para assustar personagens incautos, o roteiro preenche a produção de alegorias e situações que pedem alguma interpretação do seu público.

(...)

(Disponível em: <https://www.planocritico.com/critica-osoutros/>. Acesso em: 22 jun. 2020).


A expressão “um dos elementos de sofisticação do filme” tem como correferente a expressão:

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