Questões de Língua Portuguesa da CESPE / CEBRASPE

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Listagem de Questões de Língua Portuguesa da CESPE / CEBRASPE

#Questão 1093301 - Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, CESPE / CEBRASPE, 2025, InoversaSul, Professor de Língua Portuguesa - Anos Iniciais

DESEJO DO CHEIRO DA CASA DA AVÓ:

Tudo o que a avó fabrica
em sua cozinha encantada
tem cheiro bom:
bolo de chocolate, biscoito de nata,
sonhos embrulhados
em açúcar e canela,
que são como nuvens
no céu da boca e expulsam
qualquer pesadelo.
As mãos da avó,
cheias de farinha
e tempo acumulado,
acariciam, tocam na superfície
dos pães e da pele da gente
com tanto amor
que curam qualquer defeito
do lado esquerdo ou direito.

Na casa da avó
o ar é perfumado
e parece um abraço
e até o final dos tempos
o cheiro da casa da avó
fica grudado em nosso
pensamento.
Roseana Murray. Poço dos desejos. São Paulo: Moderna, 2014. 

Em relação ao poema precedente e à prática de produção de textos orais e escritos nos anos iniciais do ensino fundamental, julgue o item a seguir.


Embora retrate o processo de produção de alimentos, o poema de Murray se afasta do gênero receita porque, entre outras razões, não contém sequências injuntivas.

#Questão 1081906 - Língua Portuguesa, Morfologia - Verbos, CESPE / CEBRASPE, 2025, EMBRAPA, Analista - Área: Ciência Sociais Aplicadas - Subárea: Ciências Sociais Aplicadas à Agropecuária

        São dois pinheiros altos, e atrás deles o mar. Na linha do horizonte, as linhas parecem estar boiando, nessa luz indecisa da manhã de inverno.

         O homem lança um olhar apressado à paisagem cheia de vento e de sol, e se volta para o interior do apartamento; precisa providenciar as instalações elétricas; um amigo lhe disse uma coisa horrendamente prosaica, a saber: convém trocar o ralo do chuveiro por um desses que se pode fechar, porque assim é evitado o ingresso de baratas. É preciso pensar nisso; e também onde colocar o telefone; e em providenciar o telefone para ser colocado. (...) O colchão não veio? Mas ficaram de mandar trazer no sábado, sem falta. Ali está a cama nua; ali, homem, em breve tu dormirás, amarás, sonharás, morrerás talvez, quem sabe?

         Assim, dentro do apartamento, só existem problemas; entediado, o homem se volta para a varanda, para o mar. Em alguns minutos, houve um movimento de nuvens e de luz; há manchas verdes, três ou quatro, perto das ilhas que estão mais nítidas; parece que se ergueram um pouco no horizonte. Que planura terrena, que montanha imponente, que paisagem no mundo vale o mar? Não o mar do alto-mar, mas esse mar de costa e ilhas, sempre investindo sobre as pedras e sobre as terras, esse que leva homens e coisas dos homens, que recebe plantas que descem os rios boiando, esse mar humano e vivo, e entretanto batendo aos nossos pés a canção do eterno, chamando para o desconhecido, anunciando ao nosso mundo que este mundo não tem fim.

         Chega o porteiro, diz algumas coisas sobre calafates e ladrilhos, água e contrato. O homem desce lentamente, vai andando, encontra um amigo na esquina, o amigo pergunta se é verdade que ele agora vai morar ali no bairro, em que apartamento. Ele responde qualquer coisa, diz que é um apartamento pequeno, que ainda está arrumando, que não tem habite-se, mas dentro dele, consigo mesmo, ele pensa apenas: são dois pinheiros grandes e, atrás deles, o mar.

Rubem Braga. Dois pinheiros e o mar: e outras crônicas sobre o meio ambiente.
São Paulo: Global, 2017 (com adaptações). 

Em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item seguinte. 


No último período do segundo parágrafo, as formas verbais empregadas no segmento “em breve tu dormirás, amarás, sonharás, morrerás talvez” estão flexionadas em modo verbal que denota ideia de incerteza, reforçada pelo emprego de “talvez”. 

#Questão 1093302 - Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, CESPE / CEBRASPE, 2025, InoversaSul, Professor de Língua Portuguesa - Anos Iniciais

DESEJO DO CHEIRO DA CASA DA AVÓ:

Tudo o que a avó fabrica
em sua cozinha encantada
tem cheiro bom:
bolo de chocolate, biscoito de nata,
sonhos embrulhados
em açúcar e canela,
que são como nuvens
no céu da boca e expulsam
qualquer pesadelo.
As mãos da avó,
cheias de farinha
e tempo acumulado,
acariciam, tocam na superfície
dos pães e da pele da gente
com tanto amor
que curam qualquer defeito
do lado esquerdo ou direito.

Na casa da avó
o ar é perfumado
e parece um abraço
e até o final dos tempos
o cheiro da casa da avó
fica grudado em nosso
pensamento.
Roseana Murray. Poço dos desejos. São Paulo: Moderna, 2014. 

Em relação ao poema precedente e à prática de produção de textos orais e escritos nos anos iniciais do ensino fundamental, julgue o item a seguir.


No poema, a dupla função das mãos da avó — de produzir alimento e afeto — está definida nos trechos “cheias de farinha” e “tocam na superfície / dos pães”.

#Questão 1081980 - Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, CESPE / CEBRASPE, 2025, EMBRAPA, Analista - Área: Ciência e Tecnologia de Alimentos - Subárea: Tecnologia e Inovação Alimentar para Gastronomia

        São dois pinheiros altos, e atrás deles o mar. Na linha do horizonte, as linhas parecem estar boiando, nessa luz indecisa da manhã de inverno.

         O homem lança um olhar apressado à paisagem cheia de vento e de sol, e se volta para o interior do apartamento; precisa providenciar as instalações elétricas; um amigo lhe disse uma coisa horrendamente prosaica, a saber: convém trocar o ralo do chuveiro por um desses que se pode fechar, porque assim é evitado o ingresso de baratas. É preciso pensar nisso; e também onde colocar o telefone; e em providenciar o telefone para ser colocado. (...) O colchão não veio? Mas ficaram de mandar trazer no sábado, sem falta. Ali está a cama nua; ali, homem, em breve tu dormirás, amarás, sonharás, morrerás talvez, quem sabe?

         Assim, dentro do apartamento, só existem problemas; entediado, o homem se volta para a varanda, para o mar. Em alguns minutos, houve um movimento de nuvens e de luz; há manchas verdes, três ou quatro, perto das ilhas que estão mais nítidas; parece que se ergueram um pouco no horizonte. Que planura terrena, que montanha imponente, que paisagem no mundo vale o mar? Não o mar do alto-mar, mas esse mar de costa e ilhas, sempre investindo sobre as pedras e sobre as terras, esse que leva homens e coisas dos homens, que recebe plantas que descem os rios boiando, esse mar humano e vivo, e entretanto batendo aos nossos pés a canção do eterno, chamando para o desconhecido, anunciando ao nosso mundo que este mundo não tem fim.

         Chega o porteiro, diz algumas coisas sobre calafates e ladrilhos, água e contrato. O homem desce lentamente, vai andando, encontra um amigo na esquina, o amigo pergunta se é verdade que ele agora vai morar ali no bairro, em que apartamento. Ele responde qualquer coisa, diz que é um apartamento pequeno, que ainda está arrumando, que não tem habite-se, mas dentro dele, consigo mesmo, ele pensa apenas: são dois pinheiros grandes e, atrás deles, o mar.

Rubem Braga. Dois pinheiros e o mar: e outras crônicas sobre o meio ambiente.
São Paulo: Global, 2017 (com adaptações). 

Em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item seguinte. 


Depreende-se da leitura do texto que, em meio a tantas pendências a serem resolvidas, a recompensa do novo morador é o apartamento estar localizado próximo ao mar. 

#Questão 1093303 - Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, CESPE / CEBRASPE, 2025, InoversaSul, Professor de Língua Portuguesa - Anos Iniciais

O navio negreiro

Castro Alves

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar
(...)

E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
(...)

Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
(...)

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...

A partir da leitura dos excertos precedentes do poema O navio negreiro, de Castro Alves, julgue o item a seguir. 


No poema descreve-se, entre outras cenas, a retirada do navio de um cadáver que é jogado no oceano.

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