Questões de História do ano 2012

Pesquise questões de concurso nos filtros abaixo

Listagem de Questões de História do ano 2012

Segundo o historiador José Carlos Reis, no seu livro A História entre a filosofia e a ciência, quando se discutem paradigmas para a História, a pergunta a ser feita é: “houve alteração no coração da História, isto é, na concepção do tempo histórico?” (REIS, 1999, p. 61). Logo abaixo, estão transcritas três concepções historiográficas para o tempo histórico. Assinale a alternativa que traz, respectivamente, a escola historiográfica que assume cada uma dessas concepções.

I O tempo da historiografia [...] é, portanto, iluminista: progressivo, linear, evolutivo em direção à sociedade moral, igual, fraterna. (REIS, 1999, p. 15);

II [...] compreende a história como uma aceleração do tempo em direção ao futuro livre. O presente é consumido pelo futuro, não pela evolução gradual e pacífica, mas pela crise permanente. (REIS, 1999, p. 51);

III [...] o conceito de tempo histórico consiste, fundamentalmente, na superação estrutural do evento [e] considera a longa duração e os tempos articulados. (REIS, 1999, p. 63-71).

Leia o texto abaixo, e em seguida assinale a alternativa correta: “De fato, tal como na recordação, no historiador a herança do passado não é uma simples acumulação dos acontecimentos. Ao invés, tudo se passa como se a consciência do presente saltasse anos e séculos para escolher os momentos em que ela encontra a sua arqueologia e os momentos fortes do sentido que quer dar ao seu percurso. Atitude que, porém, não pode acionar a destemporalização do sujeito-historiador como se este estivesse podido estar lá, no passado, quando este foi presente. Mas ela também não pode cingir-se à curiosidade ‘antiquária’, ou à função de coveiro a desenterrar cadáveres após o cumprimento do ciclo da putrefação (e do esquecimento).”

O hermeneuta Paul Ricoeur, ao pontuar as interseções entre a narrativa historiográfica e a ficcional, fez a seguinte colocação:

“O problema será, então, mostrar como a refiguração do tempo pela história e pela ficção se concretiza graças a empréstimos que cada modo narrativo toma do outro. Esses empréstimos consistirão no fato de que a intencionalidade histórica só se efetua incorporando à sua intenção os recursos de ficcionalização que dependem do imaginário narrativo, ao passo que a intencionalidade da narrativa de ficção só produz os seus efeitos de detecção e de transformação do agir e do padecer assumindo simetricamente os recursos de historicização que lhe oferecem as tentativas de reconstrução do passado efetivo. Desses intercâmbios íntimos entre historicização na narrativa de ficção e ficcionalização da narrativa histórica, nasce o que chamamos de tempo humano, e que é senão o tempo narrado.”

(RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Tomo III. Campinas, SP: Papirus, 1997, p. 176-177). A partir do pensamento exposto e das discussões travadas nas últimas décadas no âmbito da historiografia, julgue os itens e assinale a alternativa correta:

I Hoje há um consenso entre os historiadores de que a narrativa historiográfica não se diferencia da narrativa ficcional, logo a produção acadêmica de um historiador tem o mesmo estatuto e objetivos da produção de um literato.

II Divergências à parte, é cada vez mais comum a aceitação de que as narrativashistoriográfica e ficcional, embora mantendo as suas respectivas particularidades, se aproximam em muitos aspectos e tomam “emprestados”, uma da outra, recursos narrativos para melhor sustentar seus enunciados e dialogar com seus públicos.

III Fenômeno essencialmente histórico, o tempo, ou seus efeitos sobre os homens, só pode ser entendido e descrito pela historiografia. Desse modo, entende-se o porquê da ficção, em termos de capacidade de narrativização de experiências e sentimentos humanos, continuar a manter um estatuto inferior em relação às narrativas historiográficas.

Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s)

O texto a seguir serve de parâmetro para pensar o fenômeno de vendas em que se transformaram os livros com temáticas históricas. Após a leitura, marque a alternativa INCORRETA.

“A reconstrução e a interpretação do passado é um fazer valer o passado para o presente, o converter o passado num acontecimento do presente [...]. A experiência do passado, portanto, não é um passatempo, um mecanismo de evasão do mundo real e do eu real. E não se reduz, tampouco, a um meio para adquirir conhecimentos sobre o que aconteceu. No primeiro caso, o passado não nos afeta [...], dado que transcorre num tempo-espaço separado. No segundo caso, o passado tampouco nos afeta [...], dado que aquilo que sabemos mantém-se exterior a nós mesmos e ao mundo em que vivemos. A interpretação do passado só é experiência quando tomamos o passado como algo ao qual devemos atribuir um sentido em relação a nós mesmos”.

(LARROSA, Jorge. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Autêntica, 2004, p. 135).Sobre a relação entre historiografia e o ensino de História, pode-se afirmar:

I O ensino de História tem como função abolir a distância temporal que separa o aluno das sociedades e culturas do passado. Quanto mais os alunos abolem essa distância, mais próximos eles ficam de construir uma experiência histórica concreta e significativa.

II Ao fazer valer o passado para o presente, o ensino de História tem a função de possibilitar aos educandos a experiência de reviver eventos passados como se fossem contemporâneos seus. Nesse sentido, uma boa problematização deve tentar reconstruir os fatos passados tal como teriam ocorrido.

III Fazer valer o passado para o presente não significa deixar de perceber as rupturas queexistem entre diferentes temporalidades, pois, através do estranhamento em relação a outras experiências históricas, os alunos podem reconhecer sua própria temporalidade.

Está(ão) correta(s) a(s):

Navegue em mais matérias e assuntos

{TITLE}

{CONTENT}

{TITLE}

{CONTENT}
Estude Grátis