Questões de Português da INEP do ENEM

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Listagem de Questões de Português da INEP do ENEM

#Questão 850489 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2016, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Um cachorro cor de carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca enrolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa de madeira pré-moldada. Acena para a velhinha marrom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em formação do mar para o continente como um exército em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passando em frente a um predinho do século dezoito com paredes brancas descascadas ejanelas recém-pintadas de azul-cobalto.

GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.


Adescrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. O fragmento do romance caracteriza-se como uma descrição subjetiva porque

#Questão 850491 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2016, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Um menino aprende a ler


Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar “es-to-ma-go”, pronunciei “estomágo”. Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: “Gilberto!”. Estremeci. “Estomágo? Leia de novo, soletre”. Soletrei, repeti: “Estomágo”. Foi o diabo.

Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam “estambo”. “Estou com uma dor na boca do estambo...”, “Meu estambo está tinindo...”. Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.

AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.


No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela-se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:

#Questão 850494 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2016, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Argumento


Tá legal

Eu aceito o argumento

Mas não me altere o samba tanto assim

Olha que a rapaziada está sentindo a falta

De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim


Sem preconceito

Ou mania de passado

Sem querer ficar do lado

De quem não quer navegar

Faça como o velho marinheiro

Que durante o nevoeiro

Leva o barco devagar.

PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.


Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho

#Questão 850495 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2016, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

O passado na tela do computador


Um dos desafios do novo Museu da Imigração é se contrapor à imagem deixada pela exibição do acervo permanente na época do Memorial do Imigrante, muito criticada por dar ênfase demasiada aos imigrantes estrangeiros e pouca atenção aos brasileiros. Era uma representação desproporcional em relação aos números: dos 3,5 milhões de pessoas que passaram pela hospedaria de imigrantes de São Paulo, aproximadamente 1,9 milhão eram estrangeiras (de 75 nacionalidades e etnias) e 1,6 milhão eram brasileiras, oriundas, principalmente, dos estados nordestinos.

HEBMÜLLER, P. Problemas brasileiros, n. 414, nov.-dez. 2012 (adaptado).


O autor do texto sobre a digitalização do acervo do novo Museu da Imigração apresenta a ênfase no imigrante estrangeiro como um problema de representação equivocada da imigração em São Paulo. Para tanto, fundamenta seu ponto de vista no(a)

#Questão 850496 - Português, Interpretação de Textos, INEP, 2016, ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Escrever


A estudante perguntou como era essa coisa de escrever.

Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.

Primeiro evite esses coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito estranho, reescreva.

Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao sábio de plantão, e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador. Dele deve ter vindo a expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é bem assim”, uma chata que usa o truque para afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.

SANTOS, J. F. O Globo, 10jan. 2011 (adaptado).


A língua varia em função de diferentes fatores. Um deles é a situação em que se dá a comunicação. Na crônica, ao ser interrogado sobre a arte de escrever, o autor utiliza, em meio à linguagem escrita padrão, condizente com o contexto,

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