Questões Concurso Prefeitura de Gonçalves - MG

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As verdades mais profundas

     As tragédias no Brasil são esquecidas facilmente. A comoção não se sustenta ao fim de 48 horas. E depois tudo volta à “normalidade” em um país como o nosso, que ainda tem uma enorme dívida para com o seu povo negro.
  Crianças negras são mortas por balas perdidas; homens negros são torturados e assassinados por serem negros; mulheres negras são discriminadas pelo olhar e pelas palavras e por gestos sórdidos, que cortam como lâmina afiada a ceiva da dignidade.
     O sangue jorra nas ruas e vielas de comunidades carentes, nas favelas, no asfalto, nas praças e avenidas, no ônibus, no supermercado, na escola, no vil ato de abordar uma pessoa, se utilizando das práticas mais cruéis e desumanas.
   Em um anúncio de emprego nos classificados de um jornal ou nas redes sociais, é solicitado o envio de currículo com foto. Sem se dar conta, o jovem negro da periferia assim o faz. Mas no fundo esse “método” foi para eliminá-lo.
    Esse mesmo jovem, muitas vezes deprimido, sem horizonte, sai a caminhar e se depara em frente a um shopping. As luzes o fascinam, como a todo jovem. Mas, ao adentrar, logo é cercado por seguranças que o encaminham a uma sala e exigem documentos.
    Só quem é negro sabe o quanto dói ser discriminado pela cor da pele, por ter cabelo afro, por cantar e dançar as suas origens. Essa violência e ódio deixam a alma esquartejada, acabam com a autoestima, fazendo nascer o sentimento de culpa.
   Como é possível num país como o nosso, construído por mãos negras ao longo de séculos, toda essa insanidade humana? A escravidão de ontem é o martírio cotidiano de hoje, da humilhação, do prato vazio, da falta de emprego, de saúde.
    A população brasileira é composta por 56,2% de pretos e pardos. A grande maioria é pobre e está exilada em seu “próprio” país. Os direitos da cidadania, garantidos pela Constituição Cidadã, não chegam até eles.
   O analfabetismo para a população negra é de 11,8% – maior que a média de toda população brasileira (8,7%). Dos jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, mais de 60% são negros, de acordo com o IBGE.
    O poeta Affonso Romano descreveu muito bem o Brasil: “Uma coisa é um país, outra um fingimento. Uma coisa é um país, outra um monumento. Uma coisa é um país, outra o aviltamento. Há 500 anos estupramos livros e mulheres. Há 500 anos somos pretos de alma branca”.
    As transformações que o Brasil tanto necessita só serão alcançadas por meio da ação política. Não é por acaso que não haja negros nos espaços decisórios do poder. Quantos senadores e senadoras negros existem? Deputados e deputadas? Governadores e governadoras? Vereadores e vereadoras? Prefeitos e prefeitas?
     É evidente que há uma fratura social exposta e ela se personifica no racismo estrutural, institucional e de Estado. A sociedade brasileira é racista. O professor e filósofo Silvio Almeida explica que o racismo é apresentado como decorrência da própria estrutura, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares.
   Uma das formas de combatê-lo é por meio da ação legislativa. Precisamos aprovar os seguintes Projetos de Lei: 4.373/2020, que tipifica como crime de racismo a injúria racial; 5.231/2020, que trata da abordagem dos agentes públicos e privados de segurança.
    Da mesma forma, o Congresso precisa aprovar também o 3.434/2020, que reserva vagas para negros nos programas de pós-graduação e o 4.656/2020, que estende a validade da Lei de Cotas (Lei 12.711/2012), que perde a validade em 2022.
   O Brasil é o país das multicores, das diversidades e das diferenças. O racismo e as desigualdades sociais são chagas da nossa sociedade; precisam ser eliminados. Que o grito de resistência de Zumbi dos Palmares, de esperança e de transformação, ecoe em todos os cantos do nosso país.

(PAIM, Paulo. As verdades mais profundas.
Jornal do Brasil, 2021. Disponível em
https://www.jb.com.br/pais/opiniao/artigos/2021/11/1034016-asverdades-mais-profundas.html. Acesso em: 15/11/2021. Adaptado.)


De acordo com suas características linguísticas, estruturais e discursivas, o texto lido é um exemplar do gênero:

As verdades mais profundas

     As tragédias no Brasil são esquecidas facilmente. A comoção não se sustenta ao fim de 48 horas. E depois tudo volta à “normalidade” em um país como o nosso, que ainda tem uma enorme dívida para com o seu povo negro.
  Crianças negras são mortas por balas perdidas; homens negros são torturados e assassinados por serem negros; mulheres negras são discriminadas pelo olhar e pelas palavras e por gestos sórdidos, que cortam como lâmina afiada a ceiva da dignidade.
     O sangue jorra nas ruas e vielas de comunidades carentes, nas favelas, no asfalto, nas praças e avenidas, no ônibus, no supermercado, na escola, no vil ato de abordar uma pessoa, se utilizando das práticas mais cruéis e desumanas.
   Em um anúncio de emprego nos classificados de um jornal ou nas redes sociais, é solicitado o envio de currículo com foto. Sem se dar conta, o jovem negro da periferia assim o faz. Mas no fundo esse “método” foi para eliminá-lo.
    Esse mesmo jovem, muitas vezes deprimido, sem horizonte, sai a caminhar e se depara em frente a um shopping. As luzes o fascinam, como a todo jovem. Mas, ao adentrar, logo é cercado por seguranças que o encaminham a uma sala e exigem documentos.
    Só quem é negro sabe o quanto dói ser discriminado pela cor da pele, por ter cabelo afro, por cantar e dançar as suas origens. Essa violência e ódio deixam a alma esquartejada, acabam com a autoestima, fazendo nascer o sentimento de culpa.
   Como é possível num país como o nosso, construído por mãos negras ao longo de séculos, toda essa insanidade humana? A escravidão de ontem é o martírio cotidiano de hoje, da humilhação, do prato vazio, da falta de emprego, de saúde.
    A população brasileira é composta por 56,2% de pretos e pardos. A grande maioria é pobre e está exilada em seu “próprio” país. Os direitos da cidadania, garantidos pela Constituição Cidadã, não chegam até eles.
   O analfabetismo para a população negra é de 11,8% – maior que a média de toda população brasileira (8,7%). Dos jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, mais de 60% são negros, de acordo com o IBGE.
    O poeta Affonso Romano descreveu muito bem o Brasil: “Uma coisa é um país, outra um fingimento. Uma coisa é um país, outra um monumento. Uma coisa é um país, outra o aviltamento. Há 500 anos estupramos livros e mulheres. Há 500 anos somos pretos de alma branca”.
    As transformações que o Brasil tanto necessita só serão alcançadas por meio da ação política. Não é por acaso que não haja negros nos espaços decisórios do poder. Quantos senadores e senadoras negros existem? Deputados e deputadas? Governadores e governadoras? Vereadores e vereadoras? Prefeitos e prefeitas?
     É evidente que há uma fratura social exposta e ela se personifica no racismo estrutural, institucional e de Estado. A sociedade brasileira é racista. O professor e filósofo Silvio Almeida explica que o racismo é apresentado como decorrência da própria estrutura, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares.
   Uma das formas de combatê-lo é por meio da ação legislativa. Precisamos aprovar os seguintes Projetos de Lei: 4.373/2020, que tipifica como crime de racismo a injúria racial; 5.231/2020, que trata da abordagem dos agentes públicos e privados de segurança.
    Da mesma forma, o Congresso precisa aprovar também o 3.434/2020, que reserva vagas para negros nos programas de pós-graduação e o 4.656/2020, que estende a validade da Lei de Cotas (Lei 12.711/2012), que perde a validade em 2022.
   O Brasil é o país das multicores, das diversidades e das diferenças. O racismo e as desigualdades sociais são chagas da nossa sociedade; precisam ser eliminados. Que o grito de resistência de Zumbi dos Palmares, de esperança e de transformação, ecoe em todos os cantos do nosso país.

(PAIM, Paulo. As verdades mais profundas.
Jornal do Brasil, 2021. Disponível em
https://www.jb.com.br/pais/opiniao/artigos/2021/11/1034016-asverdades-mais-profundas.html. Acesso em: 15/11/2021. Adaptado.)


Qual alternativa melhor sintetiza a principal ideia defendida no texto?

“A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) é um programa de cooperação criado em novembro de 2011, voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres, ou de desassistência à população, quando for esgotada a capacidade de resposta do estado ou município.”
 (Força Nacional do Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde.)
A declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), criada pelo mesmo decreto da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS), é a situação que demanda emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública nas situações epidemiológicas como surtos ou epidemias, EXCETO que: 

“(...) Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e, ainda, fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.”
 (Almeida Filho & Rouquayrol, 1992.)
É possível retirar que as informações anteriores se referem a:

Sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI), marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) As vacinações obrigatórias serão praticadas de modo sistemático e gratuito pelos órgãos e entidades públicas, exceto pelas empresas privadas, mesmo que subvencionadas pelo Governo Federal em todo o território nacional. ( ) O atestado de vacinação será ofertado gratuitamente, com prazo de validade determinado, não podendo ser retido, por nenhum motivo, por pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. ( ) O Ministério da Saúde poderá participar, em caráter supletivo, das ações previstas no programa e assumir sua execução, quando o interesse nacional ou situações de emergência o justificarem.
A sequência está correta em

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