Questões de Vigilância Sanitária / Política de Saúde / Serviço Único de Saúde - SUS do ano 2006

Os desinfetantes químicos mais comumente utilizados na desinfecção da água potável são produtos derivados da amônia.

A principal função dos agentes químicos utilizados para desinfecção da água é controlar doenças de veiculação hídrica e inativar organismos patogênicos na potabilização da água.

A desinfecção química ocorre exclusivamente pela destruição ou desarranjo estrutural por ataque aos principais constituintes da célula do organismo patogênico.

A aplicação do cloro na forma gasosa ou sólida não viabiliza a desinfecção da água.

Na inativação de coliformes e vírus, o permanganato de potássio é mais eficiente do que os produtos à base de cloro.

A principal fonte de contaminação viral em sistemas hídricos é a urina de indivíduos infectados.

Apesar de sua gravidade, as infecções causadas por enterovírus são limitadas ao trato gastro-intestinal do indivíduo infectado.

Em sistemas hídricos que recebem esgoto doméstico, é possível encontrar tanto poliovírus "selvagens" como sorotipos atenuados, resultante das fezes de indivíduos que receberam a vacina

Meningite, conjuntivite aguda, gastro-enterite, febre tifóide, doenças respiratórias e diarréia podem ser causadas por vírus veiculados pela água.

Diarréias resultantes de infecções por rotavírus são tipicamente benignas, e, ao contrário das diarréias de origem bacteriana, não provocam a morte do indivíduo infectado.

Baixos níveis de contaminação por Salmonella raramente resultam no desenvolvimento da doença, pois um mínimo de 10⁵ a 10⁷ organismos precisam ser ingeridos.

Uma vez que a doença se estabelece, uma elevada quantidade de Salmonella (>10⁸/g) é excretada nas fezes do indivíduo contaminado.

Uma das razões da importância médica de Salmonella é a sua elevada resistência aos métodos tradicionais de tratamento, como a cloração.

A doença pode ocorrer sem o desenvolvimento de sintomas, no qual infecções crônicas ocorrem em órgãos como o baço e o útero.

Abatedouros animais constituem uma das fontes de contaminação de sistemas hídricos por Salmonella

Por exigir um elevado número de microorganismos para iniciar uma infecção, o cólera não é normalmente transmitido de indivíduo para indivíduo, mas sim principalmente pela ingestão de água contaminada, ou ingestão de alimentos lavados com água contaminada.

No ciclo da esquistossomose mansônica, os ovos já embrionados chegam ao meio exterior com as fezes, e quando atingem a água, rompem-se e liberam o miracídio, que procura rapidamente o hospedeiro intermediário (caramujo).

O protozoário Cryptosporidium é responsável por um tipo de diarréia semelhante à provocada por Vibrio cholerae, podendo levar à morte indivíduos imunodeficientes.

A contaminação da água por microorganismos pode ocorrer tanto na fonte quanto no sistema de tratamento, de distribuição, ou no armazenamento doméstico.

Doenças com rota de transmissão fecal-oral dificilmente são transmitidas por meio de ingestão de água contaminada.

A febre tifóide causada por Salmonella ainda causa problemas de saúde nas populações humanas em países de saneamento precário.

Dentre as bactérias patogênicas veiculadas pela água, as do gênero Clostridium são as responsáveis pelos maiores índices de mortalidade nas populações de países em desenvolvimento.

O fungo Candida albicans possui elevada capacidade de adaptação a águas poluídas, razão pela qual a mortalidade causada por este patógeno é maior em centros urbanos.

Devido ao seu curto tempo de sobrevivência fora do hospedeiro, os vírus de importância médica não são veiculados por corpos d'água.

Além de disenterias benignas, Entamoeba hystolitica e Giardia lamblia podem causar meningite encefálica, conjuntivites e formas benignas de hepatite.