Questões de Língua Portuguesa da ADM&A

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#Questão 1127015 - Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, ADM&A, 2025, Prefeitura de Flores - PE, Professor Ensino Fundamental II Educação Física

Leia o texto a seguir para responder a questão.


 Carnaval de Pernambuco: o melhor do planeta


    O carnaval é conhecido mundialmente como uma festa popular, democrática e alegre, durante a qual o povo afasta sua timidez e seus medos, libertando suas fantasias e desejos. Em Pernambuco, essa festa começa logo após a virada de ano, prolongando-se, inclusive, após a quartafeira de cinzas, dia proclamado nacionalmente para o encerramento da folia de momo.

    Na idade antiga, o carnaval era bastante festejado em Roma, durante sete dias do mês de dezembro, período em que as restrições morais eram relaxadas e os prazeres eram incessantemente buscados. Na idade média, as festas de carnaval eram brincadas de acordo com os costumes de cada cidade. Já na idade moderna, os bailes de fantasias e de máscaras e os desfiles em carros alegóricos tomaram conta de várias cidades, proclamando, especialmente, Paris como modelo carnavalesco do mundo. Na contemporaneidade, os destaques cabem principalmente ao Brasil, onde estados como o Rio de Janeiro e São Paulo, com seus tradicionais desfiles de escolas de samba, a Bahia, com os desfiles de bandas em trios elétricos e, em especial, Pernambuco, com seu carnaval multicultural, contagiam milhares de pessoas que visitam esses locais no período momesco.

    Por falar em Pernambuco, o carnaval não é apenas intensificado na capital e região metropolitana. A folia se ramifica por cidades como Bezerros, onde se encontra o tradicional Papangú, Nazaré da Mata, com o Maracatu de Baque Solto, Pesqueira, com os Caiporas e Caretas, Triunfo e outras cidades interioranas, com seus blocos de rua.

    Todavia, é em cidades como Recife e Olinda, que o carnaval de Pernambuco reproduz toda a cultura encontrada no estado. Em Recife, principalmente no Galo da Madrugada, que sai no sábado de Zé Pereira, e no Recife Antigo, que recebe vários blocos, troças e maracatus, as pessoas se fantasiam e carregam a multiculturalidade pernambucana, esbanjando alegria e sensualidade. Em Olinda, os bonecos gigantes ditam o ritmo da festa. Lá, o Homem da Meia Noite, fundado em 1932, é quem dá início à folia, as zero hora do sábado. Daí por diante, o que se vê é uma avalanche de blocos e troças, entre eles Pitombeira dos Quatro Cantos e Elefante de Olinda, que movimentam os carnavalescos até o fim da folia, quando o Bacalhau do Batata e o Bicho Maluco Beleza encerram os festejos da cidade.

    É pela alegria do povo de Pernambuco e dos inúmeros turistas que chegam ao estado, é pela criatividade das fantasias esbanjadas pelos foliões nos blocos e troças, bem como nos bailes promovidos pelas prefeituras municipais, é pelas inúmeras manifestações culturais espalhadas pelo estado, é, por fim, pela perfeita cobertura feita pela impressa falada e escrita, que divulga a mais importante festa do Estado, que o carnaval de Pernambuco é reconhecido, tradicionalmente, como o melhor carnaval do planeta.


 (PACÍFICO, André Fabiano. Coletânea da Academia Camarajibense de Letras. Olinda: Babbeco, 2011)

De acordo com o texto, o Carnaval pernambucano acontece:

Leia o texto a seguir para responder a questão.



Nasce um escritor



    O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados, o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia da saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema da minha descrição.


    Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos.


    Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, os campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas.


    Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro “As viagens de Gulliver”, depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral.


    Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver me revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, a minha primeira prisão.


(Jorge Amado. “O menino Grapiúna”. Rio de Janeiro: Record, 1987. p.117-120.)

De acordo com o texto lido, que evento central desencadeia a descoberta da vocação literária do narrador?

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