Questões sobre Interpretação de Textos

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Listagem de Questões sobre Interpretação de Textos

Leia o texto a seguir para responder à questão.


O homem rouco


    Deus sabe o que andei falando por aí; coisa boa não há de ter sido, pois Ele me tirou a voz.

    Ela sempre foi embrulhada e confusa; a mim próprio muitas vezes parecia monótona e enjoada, que dirá aos outros. Mas era, afinal de contas, a voz de uma pessoa, e bem ou mal eu podia dizer ao mendigo “não tenho trocado”, ao homem parado na esquina, “o senhor pode ter a gentileza de me dar fogo”, e ao garçom, “por favor, mais um pedaço de gelo”. Dizia certamente outras coisas e numa delas me perdi. Fiquei vários dias afônico e, hoje, me comunico e lamento com uma voz de túnel, roufenha, intermitente e infame.

    Ora, naturalmente que me trato. Deramme várias pastilhas horríveis e um especialista me receitou uma injeção e uma inalação que cheguei a fazer uma vez e me aborreceu pelo seu desagradável jeito de vício secreto ou de rito religioso oriental. Uma leitora me receitou pelo telefone chá de pitangueira, laranja da terra e eucalipto, tudo isso agravado por um dente de alho bem moído.

     Não farei essas coisas. Vejo-me à noite, no recolhimento do lar, tomando esse chá dos tempos coloniais e me sinto velho e triste de cortar o coração.

    Alguém me disse que se trata de rouquidão nervosa, o que me deixa desconfiado de mim mesmo. Terei muitos complexos? Precisamente quantos? Feios, graves? Por que me atacaram a garganta e não, por exemplo, o joelho? Ou quem sabe que havia alguma coisa que eu queria dizer e não podia, não devia, não ousava, estrangulado de timidez, e então engoli a voz?

    Quando era criança, agora me lembro, passei um ano gago porque fui com outros moleques gritar “Capitão Banana” diante da tenda de um velho que vendia frutas, e ele estava escondido no escuro e me varejou um balde d’água em cima. Naturalmente devo contar essa história a um psicanalista. Mas então ele começará a me escarafunchar a pobre alma e isso não vale a pena. Respeitemos a morna paz desse brejo noturno onde fermentam coisas estranhas e se movem monstros informes e insensatos.

    Afinal, posso aguentar isso, sou um rapaz direito, bem comportado, talvez até bom partido para uma senhorita da classe média que não faça questão da beleza física, mas sim da moral, modéstia à parte.

    O remédio é falar menos e escrever mais, antes que os complexos me paralisem os dedos, pobres dedos, triste mão que... Mas, francamente, página de jornal não é lugar para a gente falar essas coisas.

    Eu vos direi, senhora, apenas, que a voz é feia e roufenha, mas o sentimento é límpido, é cristalino, puro – e vosso.



BRAGA, R. O homem rouco. 3ª ed., Record, 1984. Disponível em <https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13137/ohomem-rouco>.


 



De acordo com o texto, é correto afirmar que: 

Leia o texto a seguir para responder à questão.



    O setor de serviços é uma das áreas mais importantes da economia de um país. Além de contribuir para um elevado percentual do PIB (produto interno bruto) de muitas nações, é um dos setores que emprega a maior parte da mão de obra, representando um relevante fator social. Por isso, o marketing de serviços tem despertado tanto interesse entre pesquisadores e acadêmicos.


    No entanto, aqueles que se dedicam ao estudo do marketing de serviços se deparam com uma grande quantidade de tipos e opções que, portanto, exigem tratamentos específicos. Por exemplo, uma empresa de consultoria fará uma abordagem mercadológica diferente de uma lanchonete. Apesar de ambas atuarem no setor de serviços, a primeira comercializa serviços profissionais, enquanto que a segunda apresenta uma combinação de produtos tangíveis (refeições) e serviços de atendimento. Tanto por razões mercadológicas, como éticas, a aplicação de marketing por estes prestadores de serviço é diferenciada na sua forma de comercialização.


    Dentre as atividades de comercialização de intangíveis, o setor financeiro tem apresentado um destaque especial. Muitos bancos operam com lucro na época inflacionária e houve quem pensasse que, em períodos de maior estabilidade, haveria dificuldade para manter o mesmo nível. No entanto, ocorreu o inverso. Os bancos adaptaram-se a essa nova situação e conseguiram obter lucratividade, cobrando tarifas e emprestando dinheiro a juros elevados; característica do mercado financeiro nestes momentos de estabilidade.


Fonte: LAS CASAS, L. A. Marketing bancário. São Paulo: Saint Paul, 2009.

Analise o texto acima, marque a alternativa que não se refere aos ponderamentos apresentados pelo autor.

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.

Texto 01

Entre raízes e asas: atravessando a adolescência na era digital

    Criar um filho sempre foi um ato de equilíbrio. Mas, na contemporaneidade, esse equilíbrio se tornou ainda mais desafiador. Se antes a liberdade era conquistada aos poucos – a primeira ida sozinha à escola, a primeira festa sem os pais –, hoje ela acontece de forma silenciosa, muitas vezes sem marcos visíveis. O adolescente está ali, dentro de casa, no quarto ao lado, mas, ao mesmo tempo, pode estar em qualquer lugar, em qualquer conversa, em qualquer realidade.
    As telas encurtaram distâncias, ampliaram possibilidades e tornaram o mundo acessível em poucos cliques. Nunca foi tão fácil se conectar a tudo e a todos. Mas, junto disso, os pais se deparam com uma liberdade sem fronteiras, onde não há portas a serem abertas nem grades a serem puladas. Antes, a preocupação era saber onde os filhos estavam fisicamente; agora, as inquietações são outras: por onde eles andam no mundo virtual? O que consomem? O que os atravessa? Como protegê-los quando as ameaças não são visíveis?
    Eles estão sempre online, mas será que estão realmente em contato? Vivem expostos, mas, ao mesmo tempo, escondidos atrás de filtros e avatares. São bombardeados por informações e expectativas – a escola exige, as redes sociais cobram, os amigos compartilham vidas que parecem sempre melhores. Tudo acontece em tempo real, sem pausas para respirar. E, no meio desse turbilhão, o adolescente sente que precisa ser alguém perfeito, alguém que só pode acertar.
     Diante dessa avalanche digital, os jovens se veem sem roteiro. Sentem que precisam ser autossuficientes cedo demais e, no fundo, carregam uma ansiedade enorme por não saberem para onde vão. Ao mesmo tempo, os pais oscilam entre dois extremos: alguns tentam controlar cada passo, rastrear, monitorar, vigiar. Outros, temendo o afastamento, soltam, deixando que os filhos descubram tudo sozinhos. Mas talvez a resposta esteja no meio-termo. Nem vigilância, nem abandono, mas presença. [...]

Fonte: HOSTALÁCIO, Gabriela. Entre raízes e asas: atravessando a adolescência na era digital. Disponível em: https://vidasimples.co/vocesimples/entre-raizes-e-asas-atravessando-a-adolescencia-na-era-digital/. Acesso em: 24 fev. 2025. Adaptado.
Considerando que, no título do texto, o termo “raízes” figurativamente representa a família, e o termo “asas”, a liberdade dos filhos, é CORRETO afirmar que, nesse título, está presente a linguagem

Casos de dengue em 2024 passam de 6,4 milhões; mortes somam 5,9 mil

        Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que o país registrou, ao longo de todo o ano de 2024, um total de 6.484.890 casos prováveis de dengue e 5.972 mortes provocadas pela doença. Há ainda 908 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da dengue, até o dia 28 de dezembro, era de 3.193,5 casos para cada 100 mil habitantes.

        A maioria dos casos prováveis de dengue (55%) em 2024 foi identificada entre mulheres. No recorte raça/cor, 42% dos casos prováveis foram registrados entre brancos; 34,4% entre pardos; 5,1% entre pretos; 0,9% entre amarelos; e 0,2% entre indígenas, sendo que, em 17,3% dos casos, a informação não foi registrada. A faixa etária dos 20 aos 29 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis, seguida pela de 30 a 39 anos e pela de 40 a 49 anos.

        No ranking dos estados, São Paulo aparece com o maior número de casos prováveis (2.182.875). Em seguida estão Minas Gerais (1.695.024) e Paraná (656.286). Na lista de estados com maior coeficiente de incidência, o Distrito Federal (DF) figura em primeiro lugar, com 9.907,5 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.252,8 casos por 100 mil habitantes) e Paraná (5.735,2 casos por 100 mil habitantes).

        Com o maior coeficiente de incidência do país, o DF registrou um aumento de 584% nos casos prováveis de dengue em 2024 em relação ao ano anterior – foram 279.102 casos no ano passado contra 40.784 em 2023. No mesmo período, as mortes pela doença saltaram de 14 em 2023 para 440 em 2024. Ainda de acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, cinco óbitos seguem em investigação.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-01/casos-de-dengue-em-2024-passam-de-64-milhoes-mortessomam-59-mil (adaptado).
Acerca das informações do texto, assinale a alternativa correta.

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.

Texto 01

Entre raízes e asas: atravessando a adolescência na era digital

    Criar um filho sempre foi um ato de equilíbrio. Mas, na contemporaneidade, esse equilíbrio se tornou ainda mais desafiador. Se antes a liberdade era conquistada aos poucos – a primeira ida sozinha à escola, a primeira festa sem os pais –, hoje ela acontece de forma silenciosa, muitas vezes sem marcos visíveis. O adolescente está ali, dentro de casa, no quarto ao lado, mas, ao mesmo tempo, pode estar em qualquer lugar, em qualquer conversa, em qualquer realidade.
    As telas encurtaram distâncias, ampliaram possibilidades e tornaram o mundo acessível em poucos cliques. Nunca foi tão fácil se conectar a tudo e a todos. Mas, junto disso, os pais se deparam com uma liberdade sem fronteiras, onde não há portas a serem abertas nem grades a serem puladas. Antes, a preocupação era saber onde os filhos estavam fisicamente; agora, as inquietações são outras: por onde eles andam no mundo virtual? O que consomem? O que os atravessa? Como protegê-los quando as ameaças não são visíveis?
    Eles estão sempre online, mas será que estão realmente em contato? Vivem expostos, mas, ao mesmo tempo, escondidos atrás de filtros e avatares. São bombardeados por informações e expectativas – a escola exige, as redes sociais cobram, os amigos compartilham vidas que parecem sempre melhores. Tudo acontece em tempo real, sem pausas para respirar. E, no meio desse turbilhão, o adolescente sente que precisa ser alguém perfeito, alguém que só pode acertar.
     Diante dessa avalanche digital, os jovens se veem sem roteiro. Sentem que precisam ser autossuficientes cedo demais e, no fundo, carregam uma ansiedade enorme por não saberem para onde vão. Ao mesmo tempo, os pais oscilam entre dois extremos: alguns tentam controlar cada passo, rastrear, monitorar, vigiar. Outros, temendo o afastamento, soltam, deixando que os filhos descubram tudo sozinhos. Mas talvez a resposta esteja no meio-termo. Nem vigilância, nem abandono, mas presença. [...]

Fonte: HOSTALÁCIO, Gabriela. Entre raízes e asas: atravessando a adolescência na era digital. Disponível em: https://vidasimples.co/vocesimples/entre-raizes-e-asas-atravessando-a-adolescencia-na-era-digital/. Acesso em: 24 fev. 2025. Adaptado.
Em comparação ao passado, hoje, na era digital,

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