Questões de Língua Portuguesa do ano 2025

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Listagem de Questões de Língua Portuguesa do ano 2025

#Questão 1093321 - Língua Portuguesa, Fonologia, CESPE / CEBRASPE, 2025, InoversaSul, Professor de Língua Portuguesa - Anos Iniciais

Texto 19A1

        Em uma teoria da compreensão de texto, o primeiro aspecto importante é a noção de língua que se adota. Alguns manuais escolares concebem a língua simplesmente como um código ou um sistema de sinais autônomo, totalmente transparente, sem história, e fora da realidade social dos falantes. Mas a língua é muito mais do que um sistema de estruturas fonológicas, sintáticas e lexicais. A rigor, a língua não é sequer uma estrutura; ela é estruturada simultaneamente em vários planos, seja o fonológico, sintático, semântico e cognitivo no processo de enunciação. A língua é um fenômeno cultural, histórico, social e cognitivo que varia ao longo do tempo e de acordo com os falantes: ela se manifesta no uso e é sensível ao uso.

         Portanto, a língua é uma atividade constitutiva com a qual podemos construir sentidos; é uma forma cognitiva com a qual podemos expressar nossos sentimentos, ideias, ações e representar o mundo; é uma forma de ação pela qual podemos interagir com nossos semelhantes. Em consequência, a língua se manifesta nos processos discursivos, no nível da enunciação, concretizando-se nos usos textuais mais diversos. É importante não confundir a língua com o discurso.

        Nessa perspectiva, a língua é mais do que um simples instrumento de comunicação; mais do que um código ou uma estrutura. Enquanto atividade, ela é indeterminada sob o ponto de vista semântico e sintático. Por isso, as significações e os sentidos textuais e discursivos não podem estar aprisionados no interior dos textos pelas estruturas linguísticas. A língua é opaca, não é totalmente transparente, podendo ser ambígua, polissêmica, de modo que os textos podem ter mais de um sentido, e o equívoco nas atividades discursivas é um fato comum.

         Na realidade, um texto bem-sucedido é aquele que consegue dizer o suficiente para ser bem-entendido, supondo apenas aquilo que é possível esperar como sabido pelo ouvinte ou leitor. É interessante notar que, se o autor ou falante de um texto diz uma parte e supõe outra parte como de responsabilidade do leitor ou ouvinte, então a atividade de produção de sentidos (ou de compreensão de texto) é sempre uma atividade de coautoria. Isto quer dizer que os sentidos são parcialmente produzidos pelo texto e parcialmente completados pelo leitor.

         Ao lado da noção de língua, é necessário ter uma noção de texto. A escola trata o texto como um produto acabado e que funciona como uma cesta natalina, de onde a gente tira coisas. O texto não é um produto nem um simples artefato pronto; ele é um processo. Assim, não sendo um produto acabado, objetivo, como uma espécie de depósito de informações, mas sendo um processo, o texto se acha em permanente elaboração e reelaboração ao longo de sua história e ao longo das diversas recepções pelos diversos leitores. Em suma, texto é uma proposta de sentido e ele se acha aberto a várias alternativas de compreensão.

Luiz Antônio Marcuschi. Exercícios de compreensão ou copiação nos manuais de ensino de língua?
Em Aberto, Brasília, ano 16, n.º 69, jan.-mar./1996 (com adaptações).

No que se refere à pontuação e ortografia no texto 19A1, bem como a aspectos fonológicos de vocábulos nele empregados, julgue o item que se segue.


Identificam-se no vocábulo “lexicais” oito letras e oito fonemas.

Como escreve Adriana Lisboa

Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Adriana Lisboa: Não faço compilação de notas antes de começar a escrever, mas sim durante o processo. Só consigo pensar bem sobre um livro enquanto estou escrevendo esse livro; do contrário, ele se torna uma abstração. Não sei que problemas vou encontrar até arregaçar as mangas e efetivamente começar a trabalhar. A pesquisa vai se apresentando da mesma exata maneira: de acordo com as exigências que o texto vai fazendo. Claro, estou me referindo essencialmente à escrita de ficção e de poesia, mas o processo é semelhante mesmo quando escrevo ensaio. Preciso do pontapé inicial.

Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Adriana Lisboa: Reviso os textos inúmeras vezes, praticamente até as vésperas de serem publicados. Acho que um autor nunca bate o martelo. Mesmo depois de publicado um livro, há algo que pensamos que poderíamos (ou deveríamos) ter feito diferente. A edição definitiva não existe; ela é só a decisão de parar em algum momento do processo.

Internet:<comoeuescrevo.com>  (com adaptações).

No que se refere às ideias veiculadas no texto anterior e à prática de produção de textos nos anos finais do ensino fundamental, julgue o item que se segue.


Ao afirmar que “A edição definitiva não existe”, a escritora constrói, por oposição, um reforço ao argumento apresentado anteriormente na segunda resposta. 

Como escreve Adriana Lisboa

Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Adriana Lisboa: Não faço compilação de notas antes de começar a escrever, mas sim durante o processo. Só consigo pensar bem sobre um livro enquanto estou escrevendo esse livro; do contrário, ele se torna uma abstração. Não sei que problemas vou encontrar até arregaçar as mangas e efetivamente começar a trabalhar. A pesquisa vai se apresentando da mesma exata maneira: de acordo com as exigências que o texto vai fazendo. Claro, estou me referindo essencialmente à escrita de ficção e de poesia, mas o processo é semelhante mesmo quando escrevo ensaio. Preciso do pontapé inicial.

Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Adriana Lisboa: Reviso os textos inúmeras vezes, praticamente até as vésperas de serem publicados. Acho que um autor nunca bate o martelo. Mesmo depois de publicado um livro, há algo que pensamos que poderíamos (ou deveríamos) ter feito diferente. A edição definitiva não existe; ela é só a decisão de parar em algum momento do processo.

Internet:<comoeuescrevo.com>  (com adaptações).

No que se refere às ideias veiculadas no texto anterior e à prática de produção de textos nos anos finais do ensino fundamental, julgue o item que se segue.


Na resposta às primeiras perguntas, Adriana Lisboa descreve um método considerado adequado para o ensino da escrita em sala de aula, uma vez que se baseia na pragmática do enfrentamento da página em branco e prescinde de planejamento.  

#Questão 1093345 - Língua Portuguesa, Morfologia - Pronomes, CESPE / CEBRASPE, 2025, InoversaSul, Professor de Língua Portuguesa - Anos Finais

        Cléber de Souza, empresário e ex-garçom, acordou mais cedo que de costume. Cumpriu sua rotina matinal, se vestiu e partiu para uma das raras lojas que ainda revelam fotografias em Jaraguá do Sul (SC), onde mora. Pagou por uma única foto, tirada 21 anos atrás. Nela, aparece de camisa branca e gravataborboleta ao lado de um sorridente senhor de barbas brancas, que vestia uma camisa rosa estampada com coqueiros. Era Francis Ford Coppola. O cineasta americano visitou Curitiba em 2003, ano da foto. Em uma estada de três semanas, passou cinco vezes no restaurante italiano onde Souza trabalhava. Foi tietado pelos funcionários e até criou uma pizza personalizada, feita em massa grossa com muçarela, molho de tomate fresco, azeite e manjericão. O sabor é servido até hoje, com seu nome.

         Coppola circulava pela capital do Paraná, naquele ano, em busca de inspirações para o filme que vinha tentando produzir desde a década de 1980: Megalópolis. A película acaba de ser lançada e por isso o diretor resolveu retornar à cidade, que o atraiu anos atrás graças a seus dotes urbanísticos. Desta vez, permaneceu por apenas um dia. Souza, ansioso por reencontrar o antigo freguês na estreita janela de 24 horas, pegou a fotografia e percorreu, na tarde de 31 de outubro de 2024, os 160 quilômetros que conectam Jaraguá do Sul a Curitiba.

Plínio Lopes. O poderoso busão. In: Revista Piauí.
Internet:<piaui.folha.uol.com.br>  (com adaptações).

Julgue o item a seguir, com relação aos sentidos e aspectos linguísticos do texto apresentado.


Em “seus dotes urbanísticos” (segundo período do segundo parágrafo), a forma pronominal “seus” tem como referente a cidade de Curitiba.

        Cléber de Souza, empresário e ex-garçom, acordou mais cedo que de costume. Cumpriu sua rotina matinal, se vestiu e partiu para uma das raras lojas que ainda revelam fotografias em Jaraguá do Sul (SC), onde mora. Pagou por uma única foto, tirada 21 anos atrás. Nela, aparece de camisa branca e gravataborboleta ao lado de um sorridente senhor de barbas brancas, que vestia uma camisa rosa estampada com coqueiros. Era Francis Ford Coppola. O cineasta americano visitou Curitiba em 2003, ano da foto. Em uma estada de três semanas, passou cinco vezes no restaurante italiano onde Souza trabalhava. Foi tietado pelos funcionários e até criou uma pizza personalizada, feita em massa grossa com muçarela, molho de tomate fresco, azeite e manjericão. O sabor é servido até hoje, com seu nome.

         Coppola circulava pela capital do Paraná, naquele ano, em busca de inspirações para o filme que vinha tentando produzir desde a década de 1980: Megalópolis. A película acaba de ser lançada e por isso o diretor resolveu retornar à cidade, que o atraiu anos atrás graças a seus dotes urbanísticos. Desta vez, permaneceu por apenas um dia. Souza, ansioso por reencontrar o antigo freguês na estreita janela de 24 horas, pegou a fotografia e percorreu, na tarde de 31 de outubro de 2024, os 160 quilômetros que conectam Jaraguá do Sul a Curitiba.

Plínio Lopes. O poderoso busão. In: Revista Piauí.
Internet:<piaui.folha.uol.com.br>  (com adaptações).

Julgue o item a seguir, com relação aos sentidos e aspectos linguísticos do texto apresentado.


O último período do primeiro parágrafo poderia ser reescrito, sem prejuízo do sentido e da clareza do texto, da seguinte forma: A criação é servida até hoje, com o nome de Coppola.

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