Texto para a questão
um cego visita o museu
passo a passo,
de sala em sala
supõe a voz sábia de um guia
a orientação de aluguel
o leva a palácios, a alas
de especiarias, tesouros
eis que o cego pensa a pintura:
nuances, matizes, detalhes
o leque da luz, todo o espectro
a leitura táctil nenhuma
lhe esconde o relevo da tela
seu desejo solto, sem réplica
um cego visita as estéticas
fantasia tais diferenças
(os traços, rabiscos, desenhos)
se vê frente a frente com épocas
reunidas na galeria
com a mesma inércia do tempo
no museu igualam-se as datas
a hora da obra ocorre
durante a leitura dos quadros
mas o cego quer tudo às claras
o obscuro sentido que à vista
de todos é causa de impacto
Marcus Vinicius, “Um cego visita o museu”.
Para POULOT (2013, p.141), na Europa, o “Museu moderno estava vinculado à emergência de um espaço público [...] e, portanto, estruturado pela discussão em torno de um interesse comum, modelado por programa pedagógico racional, sem ser caracterizado unicamente pela abertura de um lugar a visitantes”.
O Museu moderno, citado pelo autor, foi criado no