A enunciação dos direitos do homem e do cidadão na era moderna provocou uma mutação na natureza do poder na medida em que o direito é separado de uma instância divina - corporificada no rei - e fixado no homem em virtude de um contrato escrito: as constituições. Com o direito estabelecido no homem, emerge a representação de uma sociedade soberana e ao mesmo tempo dividida, pois há o reconhecimento dos diversos modos de existência, de atividades, de comunicação cujos efeitos são indeterminados, assim como há a descoberta da transversalidade das relações sociais, o que em ultima instância significa a instituição de uma esfera pública - a sociedade civil.
Fonte: ARIAS NETO, J. M. Política e direitos humanos. In SILVA, F. C. T. et all (orgs.).
Dicionário Critico do Pensamento da Direita. Rio de Janeiro: FAPERJ, Mauad, 2000, p. 374.
De acordo com o texto é correto afirmar que a política no Estado Moderno:
Funda-se na idéia de direito divino e, conseqüentemente concebe a questão dos direitos civis e políticos com base de funcionamento da sociedade e da economia.
Funda-se na idéia de soberania do rei, cujo corpo representa o próprio Estado, bem como os cidadãos são concebidos como súditos da família governante.
Funda-se na idéia de que os homens são desiguais por nascimento e, portanto, o governo é expressão da vontade dos melhores, do ponto de vista do mérito e do nascimento.
Funda-se no fato de que a transversalidade das relações sociais significa na prática que a efetivação de direitos civis e políticos conduziu à reivindicação de novos direitos como os econômicos e sociais e ambientais.
Funda –se no fato de que a completa determinabilidade do comportamento social permite, como em nenhum outro momento da historia, a existência de regimes que revelam a consolidação de uma democracia global.
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