Leia os fragmentos abaixo apresentados, extraídos de O texto na sala de aula. (São Paulo: Ática, 2004), para responder às questões 44 a 47.
I. "Numa sociedade como a brasileira – que, por sua dinâmica social e política, divide e individualiza as pessoas, isola-as em grupo, distribui a miséria entre a maioria e concentra o privilégio nas mãos de poucos –, a língua não poderia deixar de ser, entre outras coisas, também a expressão dessa mesma situação." (Milton José de Almeida, p. 14.)
II. "A tese de que não se deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos alunos que conhecem e usam dialetos não padrões baseia-se no preconceito segundo o qual seria difícil aprender o padrão. Isso é falso, tanto do ponto de vista da capacidade dos falantes quanto do grau de complexidade de um dialeto padrão. As razões pelas quais não se aprende, ou se aprende e não se usa um dialeto padrão, são de outra ordem, e têm a ver em grande parte com os valores sociais dominantes e um pouco de estratégias escolares discutíveis." (Sírio Possenti, p. 33.)
III. "Se pensarmos bem, concluiremos que não é necessário estudar gênero, número, concordância, etc., a não ser quando os alunos efetivamente erram e naqueles casos em que erram. Se erram em estruturas como 'os livro(s)', que isso seja trabalhado; mas se nunca dizem 'vaca preto', para que insistir em estudar o gênero de 'vaca'?" (Sírio Possenti, p. 37.)
Considerando os fragmentos II e III, é INCORRETO afirmar que, para o autor:
os falantes têm capacidade de dominar o dialeto padrão; este não apresenta complexidade que torne seu aprendizado difícil.
não há necessidade de ensinar ao alunos o que ele já domina no uso da língua.
a dificuldade que o falante apresenta, em aprender o dialeto padrão, diz respeito a questões de ordem social e didática.
o estudo de aspectos gramaticais como gênero, número e concordância é preconceituoso, se o aluno não erra o dialeto padrão.
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