XANDENGUINHO (Lugar de Estórias Bartolomeu Correia de M...

XANDENGUINHO

(Lugar de Estórias Bartolomeu Correia de Melo)

Xandenguinho, zinho mesmo, quase anão. Calunga de joão-redondo, cagado e cuspido. Nunca perdeu dentes-de-leite nem ganhou barba naquela carinha encerada. Afora a timba umbiguda, as carnes chupadas não enchiam um pastel.

Até o apelido era nominho: Quito. Nesse, atendia contente e servidor. Mas, na vez de Meninovelho, o destempero da xingação gasguita mexia nas partes da mãe de quem chamou. Porém, dessem algum cabimento, punha-se em lérias e macaquices; seu jeito de agradar e agradecer.

Nada tinha da lerdeza sonsa do amarelinho de anedota. Mas, que ninguém tirasse aquilo por leseira. Não era manco do juízo, não; só assim meio entrevado das idéias. Mas isso não chegava a defeito. Pelo menos, para quem dele patrão fosse. Cabrinha bom pra cumprir, ali na risca, qualquer tarefa. Nunca fazia diferente do mandado, por carecer maginação pra tanto. Por demais malasnado pra mentir ou preguiçar. Até cisma de tristeza lhe era dificultosa. Por qualquer prosa, logo risonho se desmesmava. Mas nem sempre estava assim desinquieto e falastrão. Por vezes, mostrava lunduzinho de honesta teimosia, quanto a coisas de obrigação e honra.

Quem visse, nunca diria. Quito era pau-pratudo! Haja disposição; tirada donde, ninguém informa. De botar galão d�água a cavar leirão; de partejar vaca a capar barrão, o cujinho dava conta. E parecia azougado, na prontidão dos quefazeres. Tinha ligeireza como segunda qualidade. Por desocupação, se amostrava capaz de pegar guiné na carreira e pescar piaba de mão.

Pela hóstia, que era.

Qual das qualidades de Xandenguinho abaixo citadas não lhe foi impingida pelo autor do texto?

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