Num dia cinzento de janeiro, Lawrence Summers - o president e da Universidade Harvard - sugeriu que di ferenças inatas na estrutura do cérebro masculino e do feminino poderiam ser um fator determinante para a relativa escass ez de mulheres na ciência. As declarações reacenderam um debate que se desenrola há um século, desde que os ci entistas que mediam a dimensão do cérebro de ambos os sexos começaram a sustentar a idéia, baseados em sua principal conclusão - a de que o cérebro feminino tende a s er menor - de que as mulheres são intelectualmente inferiores aos homens. Até hoje ninguém conseguiu nenhuma evidência de que as di ferenças anatômicas tornem as mulheres incapazes de obter distinção acadêmica em matemática, física ou engenharia. E o cérebro de homens e mulheres comprovou ser muito semelhante em vários aspectos. Por outro lado, ao longo da última década, pesquisadores que estudam questões divers as, do processamento da linguagem à navegação, passando pela gravação de memórias emocionais, também revelaram uma série impressionant e de variações estruturais, químicas e funcionais entre cérebro de homem e de mulher. Até não muito tempo atrás, os neurocientistas acreditavam que as diferenças no cérebro de sexos diferent es se limitavam às regiões responsáveis pelo comportamento de acasalamento. Essa visão foi posta de lado por uma onda de descobert as que ressaltam a influência do gênero em várias áreas da cognição e do comportamento, incluindo memória, emoção, visão, audição, process amento de rostos e resposta do cérebro aos hormônios do stress. Esse avanço se acelerou nos últimos dez anos com o uso de t écnicas de imageamento sofisticadas e não-invasivas, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a ressonânci a magnética funcional (RMF), com as quais é possível observar o cérebro em ação. As divergências não são apenas idiossincrasias curiosas para explicar por que os homens gostam mais dos Três Patetas do que as mulh
O texto se organiza em quatro parágrafos que apres entam, respectivamente, como temas centrais:
O cientista machista - as semelhanças entre os cérebros mas culino e feminino - novas des cobert as - idiossincrasias curiosas;
Diferenças no tamanho dos cérebros e suas implicações - a não inferioridade intelectual das mulheres - des cobert as surpreendent es - doenças mentais do homem e da mulher;
Por que há poucas mulheres pesquisadoras - diferenças comprovadas entre os cérebros mas culino e feminino - progressos recentes - di ferenças culturais entre os sexos;
A hipótese da inferioridade intelectual feminina - semelhanças e di ferenças ent re os cérebros do homem e da mulher - novas t ecnologias e novas descobertas - possíveis aplicações das novas descobertas.
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