Se temos a pretensão de compreender o mundo freqüentemente violento em que vivemos (e, se não tentamos compreendê-lo, não podemos nutrir a esperança de saber agir racionalmente no mundo e influenciá-lo), não devemos limitar a nossa atenção às grandes forças impessoais, naturais e criadas pelo homem, que agem sobre nós. As metas e os motivos que guiam a ação humana devem ser observados à luz de tudo o que sabemos e compreendemos; as suas raízes e seu crescimento, a sua essência e, acima de tudo, a sua validade devem ser criticamente examinados com todo e qualquer recurso intelectual de que dispusermos. As idéias expressas acima estão resumidas, de maneira correta, clara e concisa, no seguinte parágrafo:
No caso de termos de compreender o mundo agressivo atual, necessidade para ação racional, não é só pensar nas ações que interferem em nós: deve-se iluminar intelectualmente, com nosso saber, tudo que diz respeito às causas e ideais humanos, incluindo a sua validade.
Qualquer esperança que pudermos ter de transformar o mundo violento nosso e com ação racional, passa pela consideração: a. de compreender o mundo; b. de ir além das forças impessoais; c. de observar, com exame crítico, a essência e a legitimidade da ação humana (metas e motivos).
Todo o saber intelectual acumulado está à disposição para o julgamento do mundo contemporâneo, e, necessitando mudanças, temos a obrigação de ver o que age sobre nós, além das razões e propósitos, o que permitirá comprovar, ou não, a legitimidade dos valores, em seu nascimento e desenvolvimento.
Desejando exercer ação eficaz em nosso mundo, temos de mobilizar todas as nossas possíveis aptidões de entendimento para avaliá-lo e estender a avaliação não só à natureza e desenvolvimento dos móveis e objetivos do comportamento humano, mas, especialmente, à sua legitimidade.
A nossa pretensão humana de compreender e alterar regras de convívio sob ação racional exige, além da atenção objetiva a forças que atuam, observação quanto ao modo humano de agir, pontos que, quando são criticamente analisados, põem em ação em nós todas as forças intelectuais e legais para julgar o valor.
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