Um homem com 45 anos de idade, solteiro, desempregado, foi levado à emergência de um hospital psiquiátrico por policiais, por ter tentado estrangular uma vizinha. Ele já a vinha acusando de ser um robô e de fazer parte de um esquema montado pelo serviço de inteligência para espioná-lo e propagar que fosse homossexual, por meio de câmeras escondidas em seu quarto. O paciente também ouvia diferentes vozes que o perseguiam várias vezes durante o dia, monitoravam os seus pensamentos e colocavam sonhos eróticos com pessoas do mesmo sexo em sua cabeça. Ele foi expulso da faculdade aos 22 anos, ao final do segundo semestre, sem ter obtido o mínimo rendimento acadêmico, por agredir fisicamente a um colega de classe, acusando-o de propagar, por meio de sinais, que ele seria homossexual. Por igual motivo, foi demitido do único emprego, sete meses apenas após a admissão. Foi hospitalizado quinze vezes, sempre pelos mesmos motivos, mas, após as altas hospitalares, fazia uso irregular e por pouco tempo das drogas antipsicóticas típicas prescritas, apesar de não apresentar efeitos adversos significativos. A última internação ocorreu um ano antes e durou quatro semanas. Durante a entrevista, ele se apresentava bem arrumado, seu discurso era coerente e objetivo e sua afetividade, muito levemente embotada. Na oportunidade, ele considerou absurda a conduta dos policiais de o terem levado a um hospital psiquiátrico.
A respeito desse quadro clínico, julgue os seguintes itens.
O delírio desse paciente é persecutório e sistematizado.
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