No livro Lula presidente – Televisão e política na campanha eleitoral (São Paulo: Hacker, 2003, p.44), Antonio Albino Canelas Rubim diz que a intervenção midiática nos pleitos presidenciais brasileiros “demonstrou como a mídia tem desempenhado um significativo papel político e eleitoral, em especial no período pós-ditadura, quando o país já se encontrava estruturado em rede e ambientado pela comunicação midiática, vivendo uma situação de Idade Mídia”. Contextualizando historicamente o que diz o autor e levando-se em conta as grandes empresas de comunicação, pode-se afirmar que:
os pleitos de 1989, 1994, 1998 e 2002 mostram como a intensa visibilidade dos candidatos é condição sine qua non para o alargamento dos horizontes interpretativos, a neutralidade e, conseqüentemente, a informação de qualidade.
em consonância com as eleições de 1994, as eleições de 1998 foram vividas sob o signo da visibilidade, que emergiu como uma de suas características diferenciais mais expressivas em relação ao pleito de 2002.
diferentemente das eleições de 1989 e 1994, o pleito de 2002 foi marcado por uma extrapolação da visibilidade, por um exagero passível de ser verificado por meio de uma intervenção escancarada da mídia em favor de um dos candidatos.
apesar de toda a visibilidade das eleições presidenciais de 2002, o significativo embate político representado pelo debate acerca das possíveis interpretações da realidade encontrou fronteiras bastante rígidas na mídia.
a intervenção da Rede Globo em favor de Fernando Collor em 1989 e o silenciamento que expôs a convergência de interesses entre governo e empresas de comunicação em 1998 mostram a atuação de uma única estratégia políticomidiática em diferentes cenários eleitorais.
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