Leia o texto abaixo para responder à próxima questão:
O Deus-Verme
Fator universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme – é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrópicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão…
Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!
O poema Deus-verme de Augusto dos Anjos é um ícone do movimento de transição que ficou conhecido entre o final do século XIX e o começo do século XX como Pré-modernismo. Este apontava certos caminhos da nova arte enquanto guardava preceitos dos valores estéticos ainda em vigor. Essa realidade é perceptível no poema em questão por: