O navio negreiro
Castro Alves
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar
(...)
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
(...)
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
(...)
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
A partir da leitura dos excertos precedentes do poema O navio negreiro, de Castro Alves, julgue o item a seguir.
Identifica-se o emprego de metáfora no verso “— Férrea, lúgubre serpente —”.