Questões sobre Pará - PA

é um símbolo da Belle Époque, onde o ferro e o aço, hoje materiais obsoletos, eram ainda hegemônicos, antes do domínio do concreto armado e do asfalto e as rodovias.

demonstra a forma como se construíam edifícios modernistas em uma época de carência de recursos, na qual a ferrovia simbolizava uma opção mais barata e rentável.

a fachada, de tendência norte-americana, prova que a forma de organizar o transporte de pessoas e riquezas, baseada no modelo inglês de rodovias, poderia ser suplantada pelas ferrovias norte-americanas.

nos auxilia a caracterizar uma época de riquezas vindas da borracha, onde edifícios e ferrovias foram construídos como símbolos de modernização e civilização.

o olhar das camadas populares que muito se beneficiaram com o desenvolvimento econômico da região, pois o excedente da borracha foi aplicado em inúmeras indústrias e casas de comércio o que lhes garantia trabalho bem remunerado.

a imagem que governantes e população tinham de Belém após o boom da borracha, pois a produção e exportação do látex possibilitaram a reurbanização dessa cidade pelo intendente Antônio Lemos e a presença de relações de trabalho prazerosas nos seringais.

um projeto político-econômico das elites de atraírem imigrantes estrangeiros, principalmente europeus, para trabalhar nas lavouras paraenses de arroz e mandioca, ao mesmo tempo em que viveriam em uma cidade moderna e higienizada, como era Belém no final do século XIX.

a construção de imagens da cidade de Belém como a de um espaço urbano moderno, higienizado, propício à moradia e adequado ao trabalho, assim como, as relações de trabalho que se instituíram na região Amazônica, principalmente nos espaços dos seringais, eram um "laboratório de mestiçagem".

à política dos grandes projetos de colonização da Amazônia, visando diminuir as tensões sociais no campo nas regiões Sul, Sudeste e, sobretudo, Nordeste, promovendo a migração de milhares de camponeses para a Amazônia.

ao projeto de ocupação das terras às margens da Transamazônica, desenvolvido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais que, após a instauração dos governos militares, recebeu apoio no sentido de garantir a reforma agrária.

à política de assentamento desenvolvida pelo seu governo, para todas as regiões do país consideradas vazios demográficos, devido o receio de invasão dessas áreas por nações imperialistas, principalmente os EUA.

á proposta de reforma agrária apresentada pelos governos militares, que propunha o assentamento de milhares de brasileiros sem terras, vindos principalmente do centro-sul, nas terras vazias existentes em grande quantidade na Amazônia.

organização das guerrilhas urbana e rural, sendo que a primeira desenvolvia, entre suas ações, seqüestros de embaixadores, que tinham suas vidas trocadas pelas vidas de presos políticos.

militância estudantil, que se arma a partir do financiamento de dinheiro vindo de outros países, principalmente do Chile que, por ser um governo socialista, era simpático ao movimento de resistência à ditadura.

participação da Igreja Católica, que lança o slogan da Campanha da Fraternidade "Resistir é preciso" como deflagrador dos movimentos guerrilheiros.

migração de jovens de diversos lugares do país para o sul do Pará, liderados pelos capitães do exército Marighella e Lamarca, o que contribuiu para a durabilidade da guerrilha do Araguaia por toda a década de 70.

material, pelo seu conteúdo simbólico e imaginário, manifesto em celebrações e rituais.

imaterial, pelo seu conteúdo material, histórico e etnográfico, contidos em documentos textuais, bibliográficos e audiovisuais que remontam há mais de dois séculos de tradição.

material, por integrar-se harmonicamente à paisagem urbana da capital paraense, na repetição de um tradicional roteiro entre a Cidade Velha e o Bairro de Nazaré.

imaterial, por ser uma manifestação cultural que reitera e constrói uma complexa celebração, fundamental para a demonstração de devoção dos paraenses.